Manila - Pelo menos 21 políticos locais e jornalistas foram assassinados no sul das Filipinas ontem, pouco depois de terem sido sequestrados por homens armados. O massacre parece ter relação com o acirramento da rivalidade política a poucos meses das eleições gerais nas Filipinas, segundo relatos de militares e de familiares dos mortos.
Pelo menos 40 pessoas viajavam no comboio de vans. O exército encontrou mais tarde os corpos de treze mulheres e oito homens crivados de balas. Ainda não está claro se alguém sobreviveu ao ataque.
A União dos Jornalistas das Filipinas disse que dez repórteres faziam parte do comboio.
"Nunca na história do jornalismo os meios de comunicação sofreram uma perda tão pesada de vidas num único dia", lamentou a Organização Repórteres sem Fronteiras em Paris. "A violência demente de assassinos trabalhando para políticos corruptos resultou numa matança incompreensível", acrescentou a organização.
O tenente-coronel Romeo Brawner comentou mais cedo que os homens armados estariam ligados a um poderoso político local.
Entre os reféns estavam a esposa, assessores e correligionários de Esmael Mangudadatu, prefeito de uma cidade da província de Maguindanao.
Os jornalistas acompanhavam os assessores do prefeito a um cartório eleitoral onde seria formalizada sua candidatura a governador de Maguindanao no pleito marcado para maio de 2010.
O clã Mangudadatu tem uma antiga desavença política com a família do governador Andal Ampatuan. Segundo a polícia, Ampatuan dispõe de um exército particular a seu serviço.