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Rebeldes sírios sequestraram nesta terça-feira (22) 13 peregrinos xiitas libaneses no norte da Síria, indicaram as autoridades libanesas, no momento em que aumenta a tensão entre partidários e adversários do governo sírio de Bashar al-Assad no Líbano.

O Exército Sírio Livre (ESL) sequestrou 13 libaneses xiitas na província de Aleppo (norte), quando retornavam para seu país depois de uma peregrinação ao Irã, segundo as autoridades libanesas, após o qual o líder do movimento xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, pediu moderação aos seus compatriotas.

"Peço a todos que ajam com moderação", disse Nasrallah na noite desta terça-feira na TV de seu partido, a Al-Manar. "É inaceitável que (...) sejam bloqueadas estradas ou sejam realizados atos de violência", acrescentou.

Saad Hariri, líder da oposição e ex-primeiro-ministro libanês, condenou o sequestro e pediu a libertação imediata dos peregrinos.

No final de 2011, o ESL, composto principalmente por desertores do Exército sírio, havia sequestrado em Homs (centro da Síria) cinco membros dos Guardiães da Revolução, uma unidade de elite das Forças Armadas iranianas.

O Irã é considerado um importante aliado da Síria, assim como o governo libanês, dominado pelo Hezbollah.

Após o anúncio dos sequestros desta terça-feira, centenas de pessoas se reuniram nos subúrbios de Beirute para protestar contra o ocorrido, bloqueando várias estradas.

Mortos

Diversos confrontos tinham deixado dois mortos na segunda-feira em Beirute, após o assassinato de um líder sunita hostil ao regime sírio, despertando temores de que a crise síria se estenda ao país vizinho.

As hostilidades foram desencadeadas pela morte, no domingo, do xeque sunita Ahmad Abdel Wahed, um simpatizante da revolta síria, e de outro xeque que o acompanhava. Ambos foram mortos a tiros pelo Exército.

Segundo os serviços de segurança, o Exército abriu fogo quando, ao volante de seu carro, Wahed se negou a parar em um posto de controle na região de Akkar (norte), uma versão que várias testemunhas desmentiram.

Diante da "gravidade" da crise, o rei Abdullah da Arábia Saudita, um dos maiores críticos de Damasco, pediu ao presidente libanês Michel Suleiman que intervenha para evitar que o país enfrente uma nova guerra civil.

Na Síria, a violência causou nesta terça-feira a morte de 16 pessoas em todo o país: sete soldados, sete civis e dois desertores, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede na Grã-Bretanha.

Desde março de 2011, a Síria é palco de uma revolta popular que se militarizou frente à violenta repressão do regime de Assad.

O presidente turco, Abdullah Gul, considerou nesta terça que os esforços internacionais para por fim à crise na Síria são insuficientes. "Até agora, a comunidade internacional se mostrou frágil em seus esforços para reagir à crise" síria, declarou em Chicago (Illinois, norte de Estados Unidos), um dia depois da cúpula da Otan.

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