O Grupo do Rio se reuniu nesta terça-feira (16) extraordinariamente para oficializar a entrada de Cuba no bloco. Desde a criação do grupo, em 1986, havia interesse no ingresso dos cubanos na organização. Durante o discurso de agradecimento pela formalização, o presidente cubano, Raúl Castro, lembrou dos tempos da revolução cubana e disse que seu país não fará parte da Organização dos Estados Americanos (OEA).

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"Para nós, é um momento importantíssimo para a nossa história. Me passavam como num filme milhares de imagens de companheiros que caíram por essa luta", disse ele. Durante o discurso, ele contou partes da história da revolução cubana e a chegada dele e de seu irmão a Havana.

O Grupo do Rio, fórum de consultas políticas dos países latino-americanos, é considerado pelo Itamaraty um mecanismo que "caracteriza-se pelo baixo grau de institucionalização que lhe permite grande flexibilidade de procedimentos". Fazem parte da organização Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

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Durante o discurso, Raúl Castro lembrou de seu irmão Fidel. "Lamento que não seja Fidel que esteja sentado aqui, ainda que ele deva estar nos assistindo".

OEA

Castro disse, ao concluir seu discurso, que jamais participará da Organização dos Estados Americanos (OEA) e que a sigla deve deixar de existir. "O presidente Evo Morales [da Bolívia] disse que nós devíamos participar de uma OEA sem os americanos. Mas nós não participaremos com os americanos ou sem os americanos. Para nós, essa sigla deve desaparecer, respeitamos a posição de todos, mas essa é nossa opinião. Para nós, o que fica é esse Grupo do Rio", disse.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a entrada de Cuba no Grupo do Rio é um momento de ouro e que culmina com oito anos de mudança que ocorreram na América do Sul nesse milênio.

"A posição do Brasil sobre esse tema sempre foi de manter o diálogo aberto. Eu acho que não foi feito com a intenção de pressionar ninguém, isso é uma decisão da América Latina e do Caribe e dos países que integram o Grupo do Rio. Agora, se servir para que o futuro presidente dos Estados Unidos veja para que lado estão soprando os ventos, eu acho válido", comentou o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim.

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