Um dia antes do previsto, um grupo de pelo menos 1.500 palestinos se reuniu no centro da Cidade de Gaza numa manifestação pela unidade nacional. Os ativistas marcharam até a Praça do Soldado Desconhecido gritando "o povo quer encerrar a divisão", numa referência à separação entre o Hamas, que governa Gaza, e a Autoridade Nacional Palestina, dominada pelo Fatah e que governa a Cisjordânia.
Muitos levaram barracas e colchões, enquanto outros montavam locais para distribuição de água com a intenção de permanecer na praça durante a noite, até o início oficial das manifestações, amanhã.
As manifestações estão programadas para acontecer simultaneamente em Ramallah e na Cidade de Gaza, numa campanha orquestrada por meio do Facebook por uma coalizão de jovens que afirma não ter filiação política. Protestos similares também devem ocorrer no exterior, num movimento inspirado na recente onda de levantes no mundo árabe, que derrubou os governos do Egito e da Tunísia.
Alguns ativistas disseram que a decisão de iniciar grandes protestos um dia antes foi tomada por causa do temor de que as forças de segurança do Hamas fechassem a praça ou bloqueassem as ruas numa tentativa de impedir as manifestações.
Mas Samah al-Rawah, outro organizador da "Marcha 15", disse que a decisão de iniciar a manifestação com antecedência foi tomada depois de o Ministério do Interior do Hamas ter se recusado a conceder a permissão para os protestos, afirmando que outro grupo já havia solicitado a data para uma manifestação em 15 de março.
Os organizadores acreditam que a permissão foi dada a uma organização ligada ao Hamas que está tentando cooptar o movimento Marcha 15 e que é conhecido como a Campanha Nacional para o Fim da Divisão. "Então, começamos agora porque não queremos que qualquer outra facção palestina roube este evento. Vamos dormir aqui porque não queremos que outros tomem a praça", disse Rawah.
Na manhã de hoje, o primeiro-ministro da Faixa de Gaza, Ismail Haniya, ordenou ao Ministério do Interior que permitisse as manifestações sem qualquer intervenção, informou seu escritório, em comunicado. O premiê, diz o documento, "apoia todos os esforços dos jovens e das facções com o objetivo de encerrar a divisão e proteger a unidade nacional de nosso povo". As informações são da Dow Jones.