Sobreviventes relatam momentos de caos
"Vivemos momentos de caos total. Ninguém da tripulação sabia dizer o que devíamos fazer. O navio começou a inclinar e todo mundo foi jogado uns por cima dos outros. Muita gente ficou machucada", contou uma família italiana a bordo do "Costa Concordia" que na sexta-feira à noite encalhou em frente à ilha de Giglio.
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Quatro tripulantes e 25 passageiros ainda estão desaparecidos, três dias depois do acidente com o transatlântico italiano Costa Concordia, que encalhou na costa da Toscana, informou a Guarda Costeira italiana.
"Uma hora atrás eu recebi um relatório da administração (local) de Grosseto segundo o qual 29 pessoas continuavam desaparecidas", disse o comandante da Guarda Costeira, Marco Brusco, em declarações à televisão italiana, revisando para cima uma estimativa divulgada mais cedo e que dava conta de 15 pessoas ainda sem paradeiro conhecido.
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A estimativa anterior não tinha levado em conta 10 alemães que ainda eram tidos como desaparecidos nesta segunda.
Brusco disse que "ainda há áreas (do navio) a examinar" e que "um fio de esperança permanece" de encontrar outros sobreviventes do naufrágio.
Até agora foram encontrados seis corpos - quatro turistas, sendo um italiano, um espanhol e dois franceses, bem como de um marinheiro peruano e de uma última vítima não identificada.
Risco ao Meio Ambiente
O ministro do Meio Ambiente da Itália, Corrado Clini, disse nesta segunda-feira que pode declarar situação de emergência à medida que começou um vazamento de material líquido do navio de cruzeiro Costa Concordia, que encalhou e tombou na costa oeste do país com 2,3 mil toneladas de combustível.
Os tanques de combustível do navio estavam cheios quando o navio naufragou na sexta-feira. Ele havia acabado de deixar o porto de Civitavecchia, ao norte de Roma, para um cruzeiro de uma semana pelo Mediterrâneo.
Clini disse que ainda não é possível confirmar se o vazamento é de combustível, mas adiantou que barreiras de proteção já estavam sendo instaladas ao redor da embarcação.
"O monitoramento continua tomando decisões com o objetivo de evitar os riscos ambientais", disse Clini em entrevista coletiva.
A área onde o navio naufragou, perto da ilha de Giglio, é um parque marinho conhecido por suas águas cristalinas e pela diversidade da vida marinha e dos corais. Ela também é mundialmente reconhecida como um excelente local para mergulho.
"O risco ambiental na ilha de Giglio é muito, muito alto", acrescentou o ministro. "O objetivo é evitar o vazamento de combustível do navio. Estamos trabalhando para evitar isso. É urgente e o tempo está se esgotando."
A embarcação de 290 metros de comprimento permanece sobre um banco de rochas submarinas com entre 15 e 20 metros de água. As equipes de resgate, porém, temem que ela deslize e caia de forma abrupta em águas muito mais profundas.
O navio deslocou-se no rochedo com a piora das condições meteorológicas nesta segunda-feira. Após uma breve suspensão, porém, os esforços de resgate foram retomados.
"Estamos agora na fase emergencial de tentar evitar a poluição", disse o presidente e CEO da Costa Cruzeiros, proprietária do navio, Pier Luigi Foschique. Ele afirmou que o desastre ocorreu por "erro humano" do capitão.