Na missa que celebrou no Santuário de Caacupé, capital religiosa do Paraguai que fica a 60 quilômetros de Assunção, o papa Francisco centrou a pregação deste sábado (11) em uma declaração histórica – especialmente pelo fato de o pontífice ser argentino. Para ele, a Guerra do Paraguai (1864-1870), que colocou Brasil, Argentina e Uruguai contra os paraguaios, foi “injusta”.
Com esse argumento, ele embasou um elogio à “coragem” da mulher paraguaia, segundo ele “a mais gloriosa da América”. Após a guerra, a população masculina adulta paraguaia foi praticamente exterminada. “Vocês têm a memória, o DNA daquelas que reconstruíram a vida, a fé, a dignidade do seu povo”, afirmou.
Em uma pregação com tom menos político que as demais feitas em sua passagem pela América Latina, Francisco traçou um paralelo entre a força de Maria e a da mulher paraguaia.
Papa vai a hospital e reza com crianças
No segundo dia de visita ao Paraguai, Francisco foi a um hospital pediátrico antes de celebrar missa a milhares no santuário de Caacupé
Leia a matéria completa“Como Maria, viveram situações muito, muito difíceis, que, vistas sob uma lógica comum, poriam em causa toda a fé”, disse. “Pelo contrário vocês, como Maria, impelidas e sustentadas pelo seu exemplo, continuaram crentes”.
Após uma noite de chuva, os que esperaram ao relento para garantir um bom lugar foram recompensados com uma manhã de sol.
A cidade de 48 mil habitantes foi tomada por cerca de 1 milhão de fiéis, segundo estimativa do governo. A missa foi celebrada ao lado do santuário em razão da audiência. Segundo a lenda local, perto de 1600 a virgem salvou a vida de um guarani atacado por uma tribo inimiga. Ele teria talhado a imagem morena que os paraguaios veneram, a Virgem de Caacupé.
Francisco é devoto da santa, usada para a amenizar a violência em algumas comunidades pobres de Buenos Aires (Argentina) com grande número de imigrantes paraguaios nos anos 90.
“Ela era uma espécie de elo entre diferentes gangues, o que permitia uma tentativa de reaproximação”, disse ao jornal “O Estado de S. Paulo”. Federico Walls, secretário de Jorge Bergoglio quando este trabalhava nas comunidades pobres da capital argentina.
Inconsistências, julgamento em plenário, Tarcísio como testemunha: o que diz a defesa de Bolsonaro
Mauro Cid reforça que não foi coagido em delação e pede absolvição ao STF
Em busca da popularidade perdida, governo anuncia alíquota zero de importação para baratear alimentos
Resultado da Petrobras justifica preocupação