Guerra não parece abalar o Hezbollah

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Beirute – A guerra israelense contra o Hezbollah não parece ter afetado as capacidades militares do partido xiita, e o apoio popular do qual ele se beneficia na região bombardeada continua intacto, segundo analistas políticos de Beirute. "No plano militar, o Hezbollah mantém suas capacidades e, à mesma intensidade, os tiros de foguetes sobre o norte de Israel há três dias", diz Walid Charara, co-autor do livro O Hezbollah, um Movimento Islâmico-Nacionalista.

No entanto, é difícil saber com precisão quais são as perdas reais do Hezbollah, diz o analista Michael Young. "O Hezbollah diz que suas capacidades estão intactas, e Israel afirma tê-las destruído em 50%. Sem dúvida, a verdade está entre estas duas coisas", destaca.

No plano político, "a estratégia israelense que pretende atingir duramente os civis para colocá-los contra o Hezbollah por enquanto está fracassada porque a base social do Hezbollah acabou se concentrando ainda mais em torno do partido", acrescenta Charara. Para ele, Israel também fracassou na sua tentativa de criar contradições internas para colocar as comunidades religiosas libanesas umas contra as outras. Mais cauteloso, Young destaca que o "Hezbollah não é um inimigo frágil e continua mostrando, por enquanto, que está vivo militar e politicamente".

Segundo Julia Choucair, da fundação americana Carnegie para o Oriente Médio, "Israel pode abalar fortemente as capacidades militares do Hezbollah, mas não pode eliminá-lo a curto prazo por meios militares". A analista acredita que a "morte de civis libaneses alimenta o ressentimento que reforça a posição do Hezbollah" entre a população. Na realidade, raros são os que, entre os habitantes do sul do Líbano e da periferia xiita de Beirute, não defendem o Hezbollah. "Mais os israelenses batem, mais as pessoas apóiam a resistência", diz Khadija Yehia, uma mulher que fugiu de Kfar Kila na fronteira sob as bombas sexta-feira.