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Terror na Inglaterra

Guerra no Iraque não é desculpa, diz Blair

Com a popularidade em alta e planos de endurecimento das medidas de combate ao terrorismo, o primeiro-ministro da Grã-Bretanha fez uma defesa veemente de sua política de combate ao terrorismo nesta terça-feira, em sua primeira entrevista coletiva desde os atentados em Londres.

O primeiro-ministro afirmou que não pretende ceder em nada às reivindicações dos terroristas e disse que ideologia do terrorismo não poderá ser combatida até que as pessoas deixem de considerar que as ações dos extremistas islâmicos são comparáveis à ação dos EUA e da Grã-Bretanha no Afeganistão e no Iraque.

Tony Blair afirmou que esse tipo de comparação é um "nonsense completo", que não se pode comparar a ação naqueles países, onde a intenção, segundo o premier, é ajudar aqueles povos a alcançar a democracia, com a atitude de matar pessoas deliberadamente e indiscriminadamente, sem qualquer justificativa.

A popularidade de Blair melhorou depois dos atentados de Londres, segundo uma sondagem publicada no jornal "The Times". Mas os entrevistados acham que sua decisão de invadir o Iraque aumentou o risco de ataques terroristas no país.

Blair disse que não se pode atribuir ao envolvimento da Grã-Bretanha na guerra do Iraque toda a responsabilidade pelos atentados em Londres, que as raízes do terrorismo são muito mais profundas e que, uma prova disso era que o 11 de Setembro ocorreu antes de haver os conflitos militares no Afeganistão ou no Iraque.

Blair disse que seu governo não vai "ceder nem um pequeno pedaço do terreno" aos extremistas.

- Seja qual for a desculpa ou justificativa que usem, não creio que devamos ceder nem um pequeno pedaço do terreno (aos terroristas) - disse Blair. - Eles sempre vão dar uma razão. Não devemos ceder-lhes nem a sombra de uma desculpa.

Blair disse não haver "justificativa alguma para os atentados suicidas, ocorram eles na Palestina, no Iraque, em Londres, no Egito, na Turquia, nos Estados Unidos ou em qualquer outro lugar".

A entrevista coletiva foi dada depois de um importante encontro com líderes da oposição conservadora em Downing Street, a residência oficial do premier britânico. Da reunião de uma hora, também participaram o ministro do Interior, Charles Clarke, e os representante dos partidos Liberal e Conservador para a área, David Davies e Mark Oaten.

O líder da oposição conservadora, Michael Howard, saiu do encontro dizendo que os principais partidos políticos estão unidos em sua determinação de encarar a ameaça terrorista na Grã-Bretanha. Isso pode implicar apoio a mudanças nas leis de combate ao terrorismo, endurecendo a maneira de se tratarem os suspeitos.

- Há um desejo de trabalhar juntos num momento em que o país enfrenta uma grande ameaça. Todos estamos juntos nisso e todos cremos que é muito importante mostrar que o país está unido em sua resposta ao perigo que enfrentamos - disse Howard.

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