• Carregando...

Dezenas de guias sherpas empacotaram suas tendas e deixaram o acampamento base do Monte Everest nesta quarta-feira (23), após a morte de 16 de seus colegas em uma avalanche expor uma série de preocupações sobre o salário, o tratamento e os benefícios recebidos pelos sherpas. Com toda a temporada de escalada posta em dúvida, o governo rapidamente anunciou que as autoridades de turismo do país irão até o acampamento base na quinta-feira (24) para negociar com os sherpas e incentivá-los a voltar ao trabalho.

Mas enquanto o governo do Nepal tem sido criticado por não fazer o suficiente pelos sherpas na sequência do desastre da semana passada, o mais letal já ocorrido na montanha, um importante funcionário do governo culpou "arruaceiros" pela paralisação. "Era um comportamento de multidão - alguns arruaceiros estavam criando problemas, mas as coisas estão voltando ao normal", disse Sushil Ghimire, secretário do Ministério de Turismo do Nepal.

Embora não tenha ficado claro quantos dos 400 ou mais sherpas na montanha se juntaram à greve, várias companhias de expedição já cancelaram suas subidas ao Monte Everest e a lucrativa temporada de escalada está em risco. A maioria das tentativas de alcançar o topo da montanha mais alta do mundo ocorre em meados de maio, quando normalmente o tempo é melhor.

Os sherpas não têm um líder e os que estavam no acampamento base disseram que a sua saída ocorreu por várias razões, incluindo para honrar os amigos mortos. Ainda não há confirmação se eles voltarão ao trabalho caso o governo aceite todas as suas exigências.

Imediatamente após a avalanche, o governo disse que pagará à família de cada sherpa que morreu 40 mil rupias, ou cerca de US$ 415. Mas os sherpas defendem que merecem mais - incluindo mais dinheiro de seguro, mais recursos de ajuda para as famílias das vítimas e novas regulamentações para garantir os direitos dos montanhistas.

Tusli Gurung, um guia que estava no acampamento base na quarta-feira (23), estimou que metade dos sherpas havia deixado o local. Tanto montanhistas autônomos como companhias de expedição afirmaram ter cancelado planos de subir o Everest este ano. Entre as empresas que anunciaram publicamente a desistência, estão a norte-americana Alpine Ascents International e a neozelandesa Adventure Consultants.

Sem a ajuda dos sherpas, que são guias importantes e carregam muitos equipamentos montanha acima, seria quase impossível para os montanhistas escalarem o Everest. Muitos montanhistas perderão parte ou todo o dinheiro investido para subir a montanha. O custo total da escalada gira em torno de US$ 75 mil.

Depois da avalanche de sexta-feira (18), 13 corpos foram recuperados. Três sherpas ainda estavam desaparecidos no gelo e na neve e foram dados como mortos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]