Um ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza matou a esposa e o filho pequeno do líder militar do Hamas, Mohammed Deif, informou o grupo, que classificou o ato como uma tentativa de assassinar o chefe após o fracasso de um cessar-fogo.
Palestinos dispararam mais de 180 foguetes na terça-feira e nesta quarta-feira, sobretudo em direção ao sul de Israel, e alguns foram interceptados pelo sistema antimísseis Domo de Ferro, afirmaram os militares. Não foram relatadas mortes do lado israelense.
O Egito, que vem tentando intermediar uma trégua duradoura em conversas indiretas entre palestinos e israelenses, disse que manterá contato com os dois lados, cujos representantes deixaram o Cairo na terça-feira, assim que os combates recomeçaram.
Mas não parece haver um final em vista para a violência, que encerrou um período de calma de dez dias, a pausa mais longa nos confrontos desde que Israel lançou sua ofensiva em Gaza em 8 de julho com o objetivo declarado de conter os disparos de foguetes contra seu território.
Aeronaves israelenses realizaram mais de 100 ataques aéreos na Faixa de Gaza desde terça-feira, afirmou o ministro da Defesa, Moshe Ya'alon, e o Exército acrescentou que está "alvejando localidades do terror".
O Hamas e autoridades médicas declararam que 23 pessoas morreram nos mais recentes ataques de Israel, incluindo a mulher e o filho de sete meses de Deif. Acredita-se que ele esteja por trás da campanha militar do grupo, dando ordens a partir de instalações subterrâneas.
Uma fonte do Hamas disse que Deif, líder das Brigadas Izz el-Deen al-Qassam, não usava a casa atingida, de cujos destroços foram retirados corpos de três outros parentes.
O porta-voz do braço armado do Hamas, Abu Ubaida, disse em um pronunciamento na televisão, se dirigindo a Israel, que "vocês fracassaram e não alvejaram" Deif no ataque.
Israel não confirmou se tentou matar Deif, que já foi alvo de ataques aéreos em pelo menos quatro ocasiões desde meados dos anos 1990. Os israelenses o culpam pela morte de dezenas de seus cidadãos em atentados suicidas.
Em aberto
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reafirmou a política de considerar líderes militantes como alvos legítimos, acrescentando que "nenhum deles está imune" a ataques.
Netanyahu disse que a campanha de Israel em Gaza pode durar algum tempo. "Esta será uma campanha contínua", afirmou em entrevista coletiva em Tel Aviv, dando uma descrição vaga sobre os objetivos de Israel para buscar "calma e segurança" a cidadãos israelenses.
O ministro Ya'alon declarou que "todas as opções estão em aberto, incluindo novas operações terrestres" em Gaza.
Netanyahu comparou os islâmicos do Hamas aos do Estado Islâmico operando no Iraque e na Síria, chamando-os de "ramos da mesma árvore" e acusando os dois grupos de agir com "selvageria" ao matar e alvejar civis.
O porta-voz militar do Hamas disse que o grupo irá mirar áreas públicas de Israel, como estádios de futebol e o Aeroporto Internacional Ben-Gurion. Ele alertou as companhias aéreas a evitarem o local a partir da manhã de quinta-feira e os israelenses que vivem perto de Gaza a não voltarem para seus lares.
Um porta-voz do aeroporto israelense disse que não houve mudanças até agora na programação dos voos na quinta-feira.
Cinco crianças foram mortas em ataques aéreos separados, de acordo com as autoridades de Saúde de Gaza, e o Exército israelense afirmou que tinha atacado quatro homens armados no norte de Gaza.
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