Os alarmes antiaéreos soaram nesta terça-feira em Jerusalém poucos minutos antes de expirar oficialmente o último cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
Segundo o escritório de informação militar, um míssil de médio alcance foi lançado da Faixa de Gaza contra a cidade e caiu em um descampado sem causar danos nem vítimas.
Os alarmes da cidade santa já tinham soado em pelo menos três ocasiões durante o início do atual conflito, no qual já morreram mais de 2 mil palestinos, 75% deles civis, 64 soldados e um civil israelense, além de um beduíno e um trabalhador asiático.
Naquela ocasião, caíram cerca de meia dúzia de foguetes em áreas periféricas, que somente causaram danos materiais de pouca consideração.
De acordo com a imprensa israelense, uma hora antes, o braço armado do Hamas - as brigadas Azeedim al Qassam - tinha assumido o lançamento de cerca de 40 foguetes contra diversas cidades do entorno de Tel Aviv, sendo que grande parte deles caiu em terrenos descampados e não deixou vítimas, o que não foi confirmado por seus responsáveis políticos.
Vários deles foram interceptados pelo escudo antimísseis "Domo de Ferro", segundo fontes militares, que elevaram para 50 o número de foguetes lançados pelas milícias palestinas ao longo das últimas horas.
O site do jornal "Yedioth Ahronoth", garantiu, por sua vez, que as brigadas Azeedim al-Qassam assumiram a autoria do lançamento de foguetes de médio alcance M-75, Fajr-5 e J-80 contra localidades do centro de Israel - inclusive Jerusalém -, sendo que um deles caiu perto do aeroporto internacional Ben Gurion.
As companhias internacionais cancelaram por alguns dias seus voos ao citado aeroporto semanas atrás, o que causou nervosismo entre as autoridades israelenses.
Palestinos e israelenses trocaram acusações hoje sobre quem rompeu a trégua, depois que nesta tarde vários foguetes foram lançados da Faixa de Gaza e a Força Aérea israelense atacou cerca de 20 posições no território palestino, deixando duas crianças feridas.
Os bombardeios se intensificaram ao longo da tarde e da noite e pelo menos três pessoas morreram, segundo fontes da Faixa de Gaza.
As oportunidades para um cessar-fogo permanente se reduziram, garantiu hoje Izzat al Resheq, um destacado membro do Hamas que faz parte da delegação palestina no Cairo, que culpou Israel pelo colapso das negociações.
Em mensagem divulgada no Twitter, o representante palestino insistiu que o grupo, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, "considera a força ocupante (Israel) como inteiramente responsável pela atual situação" bélica.
Reshaq explicou que a delegação palestina apresentou uma proposta ao mediador egípcio e "os egípcios a transferiram para o inimigo, que deixou a mesa com a desculpa de que era necessário apresentá-la ao governo".
Pouco depois, e em entrevista à televisão árabe "Al Quds", o representante palestino insistiu que, por parte do Hamas, o cessar-fogo estava vigente até a meia-noite "mas não acho que o governo israelense quer responder antes".
Fawzi Barhum, porta-voz do Hamas em Gaza, advertiu que o primeiro-ministro israelense, Netanyahu "está atuando como se as negociações em favor do cessar-fogo tivessem fracassado, e por isso a resistência palestina está avaliando todas as opções".
Netanyahu, por outro lado, também insistiu ontem que seu país está preparado para qualquer contingência.
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