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Membros do grupo islâmico Hamas dispararam foguetes de longo alcance contra uma cidade do sul de Israel, nesta sexta-feira (14), em resposta a um ataque da Força Aérea israelense a um reduto do Hamas na Faixa de Gaza. Esse é o 11º dia de conflitos que ameaçam colocar fim a um cessar-fogo de cinco meses.

O braço armado do grupo islâmico disse ter disparado cinco foguetes Grad contra uma cidade israelense, a arma de mais longo alcance que o Hamas alega ter usado contra o Estado judaico. Israel e o grupo palestino colocam a culpa um no outro pela onda de violência.

O Hamas é diretamente responsável pela escalada da violência", afirmou Mark Regev, porta-voz do governo israelense. "Israel deseja que a situação de calma verificada até recentemente volte outra vez a imperar. O Hamas, no entanto, busca uma escalada perigosa", acrescentou.

Um líder do grupo, Mahmoud al-Zahar, disse que os atos de "legítima defesa e resistência" continuariam a ser realizados, mas ressaltou que, quanto ao Hamas, a trégua permaneceria em vigor se Israel desejasse isso.

"Até este momento, estamos comprometidos com o cessar-fogo", firmou. "No entanto, se os israelenses decidirem se afastar do cessar-fogo, estamos prontos. Estamos esperando pelos israelenses. Se eles estiverem realmente comprometidos (com a trégua), temos de falar a esse respeito com franqueza", alertou.

Serviços de resgate de Israel disseram que cinco foguetes do Hamas atingiram Ashkelon, uma cidade costeira do sul do país, sem deixar vítimas. Os foguetes de fabricação soviética, da década de 60, possuem um raio de ação de 25 quilômetros.

Equipes médicas palestinas afirmaram que dois combatentes do Hamas ficaram feridos em um ataque da Força Aérea de Israel, ação essa que um porta-voz militar do país disse ter sido uma resposta a um disparo anterior de foguete.

Segundo o grupo islâmico, oito foguetes Kassam de curto alcance haviam sido disparados em resposta, tendo por alvo a cidade de Sderot.

Dois atingiram a cidade, provocando danos a construções, afirmou Micky Rosenfeld, porta-voz da polícia de Israel. Um israelense recebeu tratamento médico depois de ter sido atingido por estilhaços. E várias pessoas estão em estado de choque.

"O ministro da Defesa precisa autorizar o Exército, imediatamente, a colocar fim aos disparos", disse o prefeito de Sderot, David Buskila.

Sem comida

Israel fechou os postos de fronteira da Faixa de Gaza, suspendendo a remessa de alimentos e de combustível a esse enclave, situado entre Israel e o Egito, na costa do Mediterrâneo. Os membros do Hamas, que controlam o território, não reconhecem o direito de existência do Estado judaico.

"Como os foguetes continuam a ser disparados, os postos de fronteira estão fechados hoje", disse uma autoridade do setor de defesa de Israel. "Não há previsão de abri-los hoje", disse.

"Pessoas vão começar a passar fome", afirmou Christopher Gunness, porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU). A entidade não dispõe mais de alimentos para distribuir aos 750 mil palestinos que dependem dessas doações, afirmou.

A União Européia (UE) conclamou Israel a permitir a passagem dos alimentos.

"Estou profundamente preocupada com as consequências, para a população da Faixa de Gaza, do total fechamento de todos os postos de fronteira para a entrega de combustível e de material básico de ajuda humanitária", disse Benita Ferrero-Waldner, comissária das Relações Exteriores da UE. "Peço que Israel reabra os postos de fronteira", solicitou.

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