Milicianos do Movimento islâmico Hamas capturaram nesta quarta-feira (13) o quartel-general dos órgãos de segurança da Autoridade Nacional Palestina (ANP), leais ao presidente Mahmoud Abbas, líder do Fatah, ao norte de Gaza, na Batalha de Jebalia, em que morreram 21 combatentes dos dois lados.
Além disso, 60 milicianos ficaram feridos, informou à imprensa o chefe do serviço de emergências do Ministério da Saúde, Moaweya Hasanein. O combate foi travado a leste do campo de refugiados de Jebalia.
A batalha foi a maior até agora entre combatentes do Hamas e do Fatah. A violência entre as facções aumentou desde segunda-feira (11).
Em todas as frentes, os milicianos da ANP e do Fatah, sem um comando central, e subordinados a chefes locais de diversas facções, estão na defensiva.
O governo de união nacional liderado pelo primeiro-ministro Ismail Haniyeh, do Hamas, ficou semiparalisado após a decisão de terça-feira (12) à noite do Fatah, que retirou seus ministros.
Apesar da grave situação em Gaza, praticamente em guerra civil, a Jihad Islâmica, que se mantém à margem da luta entre Fatah e Hamas, disparou hoje dois foguetes Qassam contra a cidade israelense de Sderot, sem causar danos.
Ultimato
O braço armado do Hamas, as Brigadas de Ezzedeen al-Qassam, deu um ultimato de dois dias às forças de segurança leais ao Fatah para que deponham as armas e saiam de suas bases e escritórios na Faixa de Gaza.
Segundo um comunicado divulgado pelo movimento islâmico através de uma rádio vinculada ao Hamas, as forças de segurança da Autoridade Nacional Palestina (ANP) têm até as 19h (13h de Brasília) da próxima sexta-feira para entregar suas armas ou, caso contrário, estas serão tomadas à força.
O Hamas insistiu em que continuará "até o final" para acabar com as forças leais ao Fatah na Faixa de Gaza, as quais acusou de ser "soldados colaboradores" com o inimigo, em alusão a Israel.
Segundo fontes médicas, o último balanço de palestinos mortos devido às lutas internas é de 12, com a morte de um menor e de um adulto em Khan Yunes, e um membro da segurança palestina leal ao Fatah na Cidade de Gaza.
Com eles, aumenta para 58 o número de vítimas fatais desde o domingo passado.
As Brigadas dos Mártires de al-Aqsa, vinculadas ao movimento nacionalista Fatah do presidente da ANP, Mahmoud Abbas, na cidade cisjordaniana de Nablus, deram um prazo de 12 horas a seus rivais do Hamas para parar os ataques na Faixa de Gaza, caso contrário, farão represálias.
Colapso
Também nesta quarta-feira, o presidente palestino, Mahmud Abbas, disse que que a situação na Faixa de Gaza pode entrar em colapso caso prossigam os combates entre o movimento radical Hamas e o secular Fatah.
"Sem o fim dos combates, eu acredito que a situação vai entrar em colapso em Gaza", afirmou Abbas em uma entrevista coletiva em Ramallah, na Cisjordânia.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião