O Oriente Médio enfrenta uma "tempestade perfeita" de revoltas e os líderes regionais precisam ser rápidos para realizar reformas democráticas ou arriscar uma instabilidade ainda maior, disse a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, neste sábado.
Hillary, falando em uma conferência de segurança em Munique, disse que a ausência de reforma política, junto com uma população jovem crescente e novas tecnologias, ameaçam a velha ordem em uma região crucial para a segurança dos Estados Unidos.
"A região está sendo atingida por uma tempestade perfeita de tendências poderosas", disse Hillary. "Isso é o que levou os manifestantes às ruas de Túnis, Cairo e cidades pela região. O status quo simplesmente não é sustentável."
Em seu discurso, Hillary não discutiu em detalhe a revolta política no Egito que, segundo muitos analistas, está dominando as discussões nos bastidores da conferência de Munique.
Ela destacou, porém, a nova defesa de Washington por reformas políticas nos aliados do Oriente Médio, não só no Egito e na Jordânia, mas também na Arábia Saudita -- gigante na produção de petróleo -- e Iêmen, um país pobre, hoje central para a guerra dos EUA contra a Al Qaeda.
"Isso não é simplesmente uma questão de idealismo: é uma necessidade estratégica", declarou Hillary. "Sem progresso genuíno em direção a sistemas políticos abertos e responsáveis, a distância entre população e governo crescerá, e a instabilidade só irá se aprofundar. Todos os nossos interesses estarão em risco."
O governo do presidente Barack Obama pediu várias vezes para que o presidente egípcio, Hosni Mubarak, esteja preparado para uma "transição ordenada" de poder, em meio a mais de uma semana de protestos contra seu regime autoritário de 30 anos.
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