A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, disse nesta segunda-feira que as ambições nucleares do Irã colocam o mundo em risco, e que o mundo deveria se juntar aos esforços dos Estados Unidos para que Teerã sofra as consequências.
"O Irã é o único país representado neste salão que foi considerado pelo conselho de direção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) como estando atualmente em não cumprimento de suas obrigações de salvaguarda nuclear", disse Hillary em discurso na conferência quinquenal de revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), na sede da Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo Hillary, o Irã "desafiou o Conselho de Segurança da ONU e a AIEA e colocou em risco o futuro do regime de não-proliferação e, por isso, está enfrentando um crescente isolamento e pressão da comunidade internacional."
Horas antes, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, usou seu pronunciamento ao fórum de 189 países participantes do TNP para criticar supostas ameaças nucleares dos EUA contra o seu país.
Hillary disse que em seu discurso Ahmadinejad usou "as mesmas acusações surradas, falsas e às vezes selvagens" que o mundo já ouviu antes.
"O Irã não terá sucesso em seus esforços de distrair e dividir. Os Estados Unidos e a grande maioria das nações aqui representadas vieram a esta conferência com uma pauta muito maior. Agora é hora de construir consenso, não de bloqueá-lo."
Ela citou a atuação dos EUA na questão da não-proliferação, o que inclui a recente assinatura de um novo tratado de redução de arsenais nucleares com a Rússia, e anunciou a doação de 50 milhões de dólares para ajudar a AIEA a promover o uso pacífico da energia atômica.
Além disso, a secretária disse que os EUA vão ratificar a proibição de armas nucleares na África e no Pacífico Sul, além de apoiarem "medidas práticas" para fazer do Oriente Médio uma zona livre de áreas de destruição em massa, o que pode contrapor Washington a seu aliado Israel, que supostamente possui o único arsenal nuclear da região.
Hillary, posteriormente, esclareceu a jornalistas que ainda não existem condições para considerar o Oriente Médio livre de armas de destruição em massa.
Para a secretária, o mundo está hoje em uma encruzilhada, que pode levar a um futuro de risco nuclear muito reduzido, ou à propagação de Estados e grupos com arsenais atômicos. Ela acrescentou que questões como o programa nuclear do Irã podem decidir qual caminho será seguido.
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