Na reta final de uma acirrada corrida eleitoral, a luta sem trégua entre Hillary Clinton e Donald Trump se endurecia ainda mais nesta quarta-feira (2), com virulentos ataques pessoais e constantes acusações de incompetência. Até o presidente Barack Obama entrou em cena.
Obama convocou os americanos, nesta quarta-feira (2), a irem às urnas votar na democrata Hillary Clinton para bloquear o caminho para o candidato republicano, Donald Trump, pois “o destino da República está em jogo”. “Vocês podem eleger a primeira mulher presidente (...) Têm a oportunidade de fazer história”, insistiu Obama, durante comício em Chapel Hill, na Carolina do Norte.
“Se Hillary ganhar na Carolina do Norte, ganhará. E, quando disse que o destino da República está em suas mãos, não estava brincando”, acrescentou. “Rejeitem o medo! Elejam a esperança! Votem!”, pregou.
Fogo cruzado
Mais uma vez fragilizada pelo caso de seus e-mails, a candidata democrata retomou a ofensiva e acusou seu rival republicano, entre outras coisas, de ter “passado sua vida denegrindo, degradando, insultando e agredindo as mulheres”.
“Demonstrou que não tem o temperamento nem a qualificação para ser presidente”, lançou aquela que, aos 69 anos, poderá se tornar a primeira mulher presidente dos Estados Unidos após a eleição da próxima terça-feira, 8 de novembro.
Donald Trump, de 70 anos, não ficou atrás e sacou toda sua artilharia pesada. Sua rival ameaça - segundo ele - provocar uma “Terceira Guerra Mundial”, se chegar à Casa Branca, e é culpada de ter deixado entrar nos Estados Unidos “os mais perigosos e violentos clandestinos”, quando estava à frente do Departamento de Estado.
“Não tem senso comum, não tem intuição”, apontou o magnata, em um comício realizado no estado-chave da Flórida, o qual percorrerá durante todo o dia e onde voltará a escutar o pedido de colocar Hillary “atrás das grades”.
Os assessores do republicano acusaram Hillary de ter “colocado constantemente seus interesses (...) acima dos interesses dos americanos”.
Essa retórica irritou Hillary.
Na terça-feira, durante um comício na Flórida, um manifestante exibiu um cartaz, no qual acusava seu marido, Bill Clinton, de ser um estuprador. A ex-primeira dama não se conteve.
“Cansei desses comportamentos negativos, obscuros, divisivos e perigosos de gente que apoia Donald Trump”, declarou ela, prevendo uma difícil reconciliação entre “os dois Estados Unidos” que se enfrentam nas urnas nesta eleição.
Sem apoio
A atriz Susan Sarandon é bem conhecida por apoiar causas liberais, mas ajudar Hillary Clinton a se tornar a primeira presidente feminina da América aparentemente não é uma delas. À medida que as pesquisas apontam uma disputa cada vez mais apertada entre a democrata e Trump, Sarandon endossou Jill Stein, a candidata marginal do Partido Verde, de acordo com a campanha de Stein.
“O medo de Donald Trump não é o suficiente para apoiar (Hillary) Clinton, com seu histórico de corrupção”, disse o site de Stein, citando uma carta da atriz e ativista de Nova York.“Stein para ‘tudo o que eu acredito’”, disse ela.
“Agora que Trump se autodestrói, eu sinto que os estados indecisos deveriam dar uma oportunidade ao voto consciente”, acrescentou a atriz. Sarandon, que é uma crítica conhecida de Hillary Clinton, não comentou seu suposto apoio no Twitter.
Na carta publicada nesta quarta-feira no site de Stein, a atriz de 70 anos reclama de Hillary Clinton não ter apoiado o salário mínimo US$ 15 por hora, a legalização da maconha, entre outras medidas. Sarandon apoiou a campanha de Bernie Sanders, que se descreve como um democrata socialista e senador independente de Vermont que disputou as prévias do partido com Hillary.