Hillary Clinton antes de discurso ontem em Nova York, quando divulgou plano para aumentar taxas| Foto: Justin Lane / EFE

Dois inspetores-gerais americanos pediram ao Departamento de Justiça do país que abra uma investigação criminal sobre o envio de informações confidenciais pelo e-mail pessoal da ex-secretária de Estado Hillary Clinton, principal candidata do partido Democrata à Presidência nas eleições do ano que vem.

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O pedido aumenta a polêmica a respeito do uso da conta pessoal, que viola os protocolos da administração pública americanos. O escândalo, revelado em março, abalou a campanha de Hillary à Casa Branca.

A informação sobre o pedido de investigação foi revelada ontem pelo jornal “The New York Times”. Segundo a publicação, o pedido foi feito após os inspetores-gerais enviarem dois memorandos ao Departamento de Estado e aos serviços de inteligência.

No primeiro memorando, datado de 29 de junho, os inspetores-gerais afirmam que a conta de e-mail particular de Hillary Clinton contém “centenas de informações potencialmente confidenciais”.

O destinatário das mensagens era o secretário-adjunto do Departamento de Estado para gestão, Patrick Kennedy. O memorando foi enviado um dia antes de serem reveladas 3 mil das 55 mil páginas de e-mails encontradas na conta.

As mensagens de Hillary divulgadas foram revisadas pelo órgão e algumas delas foram consideradas confidenciais de forma retroativa. Como prova da vista, há diversas partes tachadas nas 3 mil páginas reveladas.

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No último dia 17, os inspetores enviaram outro memorando dizendo que pelo menos um dos e-mails divulgados pelo Departamento de Estado trazia informação confidencial. O conteúdo não foi divulgado.

Segundo membros do governo, o Departamento de Justiça ainda não decidiu se abrirá uma investigação contra a ex-secretária. Procurados pelo jornal, os membros da campanha de Hillary Clinton não comentaram sobre o caso.

Críticas

No segundo memorando, os inspetores-gerais fizeram críticas à forma como o Departamento de Estado trata informações e aos agentes responsáveis por determinar a confidencialidade dos documentos.

Em março, Hillary disse que nunca enviou informações confidenciais por seu e-mail pessoal. “Não há informação confidencial no meu e-mail pessoal. Também certamente estou bem ciente dos requerimentos de confidencialidade e não mandei nada confidencial”, garantiu ela.

Dois meses depois, o FBI pediu que o Departamento de Estado tornasse confidenciais os e-mails de Hillary sobre os presos nos ataques ao consulado americano em Benghazi, na Líbia, em 2012, que resultaram na morte do embaixador Christopher Stevens. Nesta semana, o Departamento de Estado foi criticado pela imprensa e por parlamentares por demorar ou recusar solicitações de informação. O órgão disse que não tem estrutura para atender à demanda.

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