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Historiadores e museu travam debate sobre número de mortes no Muro de Berlim

Imagem de 1989 mostra berlinenses do lado leste usando ferramentas para destruir o muro | David Brauchli - REUTERS/David Brauchli - REUTERS
Imagem de 1989 mostra berlinenses do lado leste usando ferramentas para destruir o muro (Foto: David Brauchli - REUTERS/David Brauchli - REUTERS)

Diversos historiadores alemães rejeitaram nesta quinta-feira (13) as conclusões feitas por um museu de que centenas de pessoas além do que se pensava morreram ao tentar fugir para a Alemanha Ocidental durante a Guerra Fria, trazendo de volta uma polêmica existente desde a queda do Muro de Berlim, em 1989.

A pesquisa feita pelo museu alemão Charlie Checkpoint, que continua a trabalhar na identificação de mortes “relativas à fronteira”, concluiu que 483 pessoas morreram ou foram mortas no muro altamente vigiado, que separava a Berlim Ocidental da Alemanha Oriental comunista.

Estimativas oficiais colocam o número de mortos em 136 pessoas. Exatamente há 54 anos, numa quinta-feira, autoridades da Alemanha Oriental ergueram a barreira durante a noite para impedir os cidadãos de fugirem para o lado ocidental.

A discrepância entre o número oficial de mortos e o do museu Checkpoint Charlie, que fica no antigo ponto de passagem entre os lados oriental e ocidental, se dá devido a definições díspares sobre o que constitui uma morte “relacionada à fronteira”, segundo um historiador.

“Esses dados incluem casos suspeitos, pessoas mortas por acidente no muro e suicídios de guardas de fronteira”, disse Hans-Hermann Hertle, do Centro Potsdam para Pesquisa de História Contemporânea. “A conexão entre as mortes e a fronteira tende a se tornar um pouco tênue.”

Outros dizem que a pesquisa do museu se baseou demais em relatos atuais de testemunhas da época, o que já levou a equívocos no passado. “Checamos alguns dos nomes na lista de Hildebrandt e, em alguns casos, percebemos que as pessoas continuam vivas”, disse o historiador Jochen Staadt, da Universidade Livre de Berlim.

Mas o museu defende sua contagem de mortos como sendo legítima, tendo incluído, por exemplo, o caso de pessoas que morreram de ataque cardíaco durante inspeções de fronteira.

“Uma pessoa morta na fronteira é uma pessoa morta na fronteira”, disse Alexandra Hildebrandt, diretora do museu Checkpoint Charlie e coordenadora do projeto de pesquisa. “Qual definição a mais você precisa?”

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