O presidente da França, François Hollande, considerou nesta quinta-feira (14) que a via política "fracassou" na Síria e assegurou que seu governo "assumirá suas responsabilidades" e dará apoio militar à oposição, inclusive se não houver unanimidade na União Europeia (UE) para suspender o embargo de armas.

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"Devemos considerar que a solução política fracassou por enquanto", afirmou Hollande ao término da primeira sessão da cúpula europeia realizada em Bruxelas, e na qual amanhã proporá a necessidade de "seguir adiante" e abrir a porta ao envio de armas aos rebeldes.

Segundo o presidente francês, não se pode aceitar que "uma oposição que consideramos legítima, que está cada vez mais organizada e que deixa de lado as extremistas, não tenha apoio".

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Hollande assegurou que a França, junto com o Reino Unido, tentará "convencer" os demais sócios para que se suspenda o embargo de armas que pesa sobre a Síria e se abra a porta para armar os rebeldes o mais rápido possível.

O presidente francês fixou o próximo 31 de maio, quando vence o atual regime europeu de sanções, como prazo limite para tentar conseguir um acordo com os 27 países da UE.

"Se houver um bloqueio de, imaginemos, um ou dois países (...) a França assumiria suas responsabilidades", assegurou o chefe do Eliseu, confirmando que Paris e Londres estão dispostos a seguir adiante mesmo sem consenso europeu, como tinha antecipado seu ministro das Relações Exteriores, Laurent Fabius.

Até agora, a maioria dos 27 se mostrou reticente a facilitar a entrada de mais armas na Síria, lembrando entre outras coisas o risco que caiam nas mãos de grupos radicais.

Hoje, Hollande garantiu que conta com "todas as garantias" que as armas chegariam a "bom destino", ou seja, à coalizão opositora que grande parte da comunidade internacional reconheceu como representante legítimo do povo sírio e não a grupos extremistas.

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O presidente francês ressaltou que a Europa não pode seguir permitindo a situação atual, na qual está "provado" que o regime de Bashar al Assad "recebe armas e as utiliza", enquanto a oposição se vê submetida ao regime de sanções europeu que impede o envio de armamento.

Além disso, Hollande insistiu que isto não representa abandonar totalmente a possibilidade de um fim negociado da violência, mas , ao contrário, a "pressão militar" pode tornar essa via "mais crível".

A chanceler alemã, Angela Merkel, por sua parte, se mostrou disposta a abordar em nível dos ministros das Relações Exteriores de novo o embargo de armas à Síria, mas salientou que se trata de "uma ponderação muito complicada" para a Alemanha.

"Se Estados-membros, neste caso Reino Unido e França, têm uma avaliação diferente, então os ministros estarão naturalmente dispostos a voltar a discutir este tema", disse Merkel na entrevista coletiva posterior ao primeiro dia da cúpula europeia.

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