O novo presidente da França, François Hollande, nomeou nesta terça-feira Jean-Marc Ayrault para o cargo de primeiro-ministro, dizendo que a dupla restabelece uma tradicional divisão de poder no país: um presidente que determina a agenda macroeconômica e um premiê que a implementa.
"Eu vou definir as prioridades", disse Hollande no seu discurso de posse, no Palácio do Eliseu. "Mas não vou decidir tudo, para todo mundo, em todos os lugares". O socialista afirmou ainda que não vai governar como seu antecessor, Nicolas Sakorzy, que controlava de perto as operações cotidianas, geralmente ofuscando seus ministros.
De acordo com a constituição da França, o primeiro-ministro é encarregado de gerenciar o governo. Ele pode ser avaliado pelo Parlamento e forçado a renunciar caso os legisladores aprovem uma moção de censura.
Ayrault é membro do Partido Socialista há 40 anos e nunca teve um cargo no governo central. O político, de 62 anos, foi professor de alemão durante 13 anos. Suas habilidades linguísticas e sua simpatia pela cultura alemã podem ser uma ferramenta importante para Hollande, que já prometeu combater a tática da chanceler alemã, Angela Merkel, de combater a crise da dívida na zona do euro com medidas de austeridade.
"Esse é um forte sinal para a Alemanha", comentou Sigmar Gabriel presidente do Partido Social Democrata alemão. "Ele fala alemão muito bem e entende nossa cultura política".
O novo primeiro-ministro também pode ajudar o partido de Hollande a conseguir uma vitória sólida nas eleições legislativas que serão realizadas em junho. Ele está no Parlamento desde 1986, sem interrupções. Ayrault também já foi prefeito de Nantes, sexta maior cidade francesa, quatro vezes. As informações são da Dow Jones.