Foi um assalto em uma rodovia, mas os bandidos ficaram com mais do que esperavam quando pararam um táxi na Guiné - fugiram com amostras de sangue que podem estar contaminadas com o vírus ebola.
Autoridades apelaram publicamente à rádio nacional nesta sexta-feira (21) para que os ladrões entregassem as amostras roubadas de um táxi durante sua viagem de 265 quilômetros de Kankan para Gueckedou, no sul, por estradas sinuosas rurais.
O ebola é transmitido pelo contato com fluidos corporais infectados, incluindo sangue, fezes e vômito.
As amostras, armazenadas em frascos bem embrulhados e transportadas em uma bolsa térmica, estavam sob os cuidados de um mensageiro da Cruz Vermelha que estava entre os nove passageiros que compartilhavam o táxi.
Três homens em uma moto lideraram o ataque perto da cidade de Kissidougou, segundo informou um funcionário local da Cruz Vermelha.
Os homens obrigaram os passageiros a saírem do veículo e levaram seus celulares, dinheiro e joias. Eles dispararam para o ar quando exigiram também a bolsa térmica, disse Saa Mamady Leno, da Cruz Vermelha em Gueckedou.
O mensageiro, Abubakar Donzo, foi interrogado pela polícia.
Ninguém ficou ferido no incidente, que aconteceu em uma estrada conhecida pela ação de assaltantes.
Faya Etienne Tolno, um porta-voz da Cruz Vermelha da Guiné, disse que o grupo de ajuda sofre uma escassez de veículos para o transporte, o que explica o uso do táxi.
"Não entendemos por que eles roubaram a amostra de sangue. Talvez tenham pensado que havia dinheiro escondido na bolsa", disse Tolno.
Barry Moumie, que dirige a assistência ao paciente na comissão de coordenação de resposta nacional ao ebola, disse que os serviços de segurança foram informados. "Se os ladrões mexerem com o sangue, vai ser perigoso."
"Posso assegurar que os procedimentos de transporte de amostras vão ser reforçados para evitar essas frustrações", disse.
Novo balanço
O número de mortos por ebola na pior epidemia já registrada subiu para 5.459 entre 15.351 casos, segundo informou a Organização Mundial da Saúde nesta sexta-feira.
Desde quarta-feira (19), foram 39 mortes e 106 novos casos.
Segundo a OMS, as transmissões continuam intensas na Guiné, Libéria e Serra Leoa, os principais países atingidos pelo surto.
No Mali, todos as seis pessoas que contraíram ebola morreram e outras 327 estão sendo monitoradas por terem tido contato com infectados.
O primeiro médico cubano infectado com ebola em Serra Leoa chegou nesta sexta à Suíça para tratamento.
Também nesta sexta, a OMS declarou que a República Democrática do Gongo está livre do surto de ebola, que não tem ligação com a epidemia nos países do oeste africano.
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