O candidato nacionalista à presidência do Peru, Ollanta Humala, criticou neste sábado o atual presidente Alejandro Toledo por "intrometer-se" na campanha eleitoral ao demonstrar apoio ao também candidato Alan García, que é social-democrata.
Toledo pediu na sexta-feira que os peruanos votem entre a "democracia e o autoritarismo" nas próximas eleições em junho, numa declaração considerada por observadores políticos como um apoio velado ao ex-presidente García.
"Este senhor (Toledo) começa a intrometer-se no processo eleitoral, infringindo uma lei que diz que não deve tomar partido ou fazer campanha a favor de um ou outro candidato", disse Humala a uma rádio local.
"Está claro que aqui está se formando um pacto de impunidade para que, no caso de vencer o senhor García, não haja investigação sobre o senhor Toledo", acrescentou o candidato, um militar aposentado com tendência de esquerda que tem apoio declarado do presidente venezuelano, Hugo Chávez.
Os peruanos escolherão, no dia 4 de junho, o sucessor de Toledo no segundo turno da eleição, já que nenhum dos candidatos obteve mais da metade dos votos no primeiro turno, em 9 de abril.
Humala, temido pelos investidores estrangeiros por seus planos de nacionalizar a economia, enfrenta acusações por suspeitas de violações dos direitos humanos.
García, por sua vez, carrega o fracasso de seu governo anterior (1985-1990), que terminou com uma grave crise econômica e o apogeu da guerrilha Sendero Luminoso. Porém tem o apoio dos investidores por ter um discurso menos radical que o de Humala.
