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Lima - O presidente eleito do Peru, Ol­­lanta Humala, fez um apelo "à cal­­ma" em seu país, após a queda his­­tórica da Bolsa de Valores de Lima, que se seguiu à sua eleição, e no­­meou uma equipe de "transição", composta de economistas e especialistas moderados conhecidos, para tranquilizar os temores so­­bre uma virada radical à esquerda.

"Peço ao país manter a calma, vamos fazer o melhor possível e continuar a trabalhar", declarou Humala.

A futura vice-presidente, Ma­­risol Espinoza, anunciou uma lis­­ta de 20 integrantes de uma co­­missão encarregada de "organizar o processo de transição", até a posse de Humala, no dia 28 de julho.

Oscar Dancourt (ex-chefe do Banco Central), Kurt Burneo (ex-vice-ministro da Economia do ex-presidente centrista Alejandro To­­ledo, 2001-2006) e Carlos Her­­rera (ex-ministro da Energia e de Minas) figuram na equipe de personalidades respeitadas, que en­­viam, ao mesmo tempo, um sinal tranquilizante aos mercados.

Ontem, a Bolsa de Lima abriu em alta de 1,87%, ganhando mesmo 6,89% durante o pregão, após a queda mais forte da história registrada na véspera (- 12,51%).

Burneo, um economista de 50 anos, que poderá ser ministro da pasta, minimizou a situação na bolsa, estimando que "nenhum elemento justificava a situação, do ponto de vista macroeconômico", e que "o temor não provém do exterior, mas do próprio Pe­­ru", dos adversários de Ollanta Hu­­­­ma­­la.

"É o momento de comprar pa­­péis artificialmente em baixa", das empresas mineradoras, em particular produtoras de metais (ouro, prata, estanho, cobre), su­­geriu ele na televisão Canal 5. Afir­­mou que Humala representava para muitos um salto no escuro, mas que sua equipe econômica é, em grande parte, a que trabalhava com Toledo, um presidente bem-visto pelos mercados internacionais.

"Nada, absolutamente nada" mudará os fundamentos macroeconômicos com Humala, "com ex­­ceção de um destaque maior nos programas sociais", afirmou Kurt Burneo.

Ele defendeu o projeto de au­­mento das taxações dos lucros dos grupos mineradores, motores do crescimento dos dez últimos anos (5% em média), o que considera "medida justa em razão das circunstâncias extraordinárias" dos preços historicamente elevados dos metais.

Ollanta Humala, de 48 anos, foi eleito com 51,6% dos votos con­­tra 48,4% dados à rival de di­­reita Keiko Fujimori.

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