A participação nas eleições gerais libanesas atingiu um recorde de 52% dos 3,2 milhões de eleitores, informou o ministro do Interior do Líbano, Ziad Baroud. "A participação superou todas as expectativas, particularmente na manhã deste domingo (7)", disse Baroud em coletiva de imprensa logo após o fechamento das urnas. "Nas eleições de 2005, 45,8% dos eleitores votaram", disse o ministro. Segundo ele, a participação foi maior nos distritos cristãos de Kesrouan, Metn, Batroun e Jebeil.
Reportagens indicam que um número sem precedentes de libaneses imigrados voltaram ao Líbano para votar nestas eleições, alguns deles com passagens pagas pelos maiores partidos políticos. Os resultados oficiais serão divulgados amanhã. Observadores locais e internacionais, entre os quais o ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, disseram que as eleições aparentam não ter tido nenhuma fraude, apesar de alguns problemas de organização
"Os problemas informados não foram diferentes dos problemas que acontecem em qualquer eleição", disse John Sununu, um ex-senador dos EUA que ajudou a monitorar as eleições, pela organização norte-americana National Democratic Institute. Estão na disputa as 128 cadeiras do parlamento libanês. Atualmente, a coalizão de governo, formada por grupos pró-ocidentais, como os muçulmanos sunitas e facções cristãs e drusas, controla 70 cadeiras. A coalizão de oposição, chefiada pelo grupo xiita Hezbollah, tem 58 cadeiras
O Líbano é visto há muito tempo como um campo político de disputa entre forças opostas no Oriente Médio - os Estados Unidos, seus aliados árabes moderados como Egito e Arábia Saudita de um lado, e o Irã e a Síria do outro lado, apoiando o Hezbollah. A votação deste domingo (7) foi o mais recente capítulo de quatro anos tumultuados no país, que começaram em 2005 com o assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri, morto por um carro-bomba em Beirute. As facções pró-ocidentais chegaram ao poder no mesmo ano, capitalizando a comoção da morte de Hariri, um opositor à ocupação síria de parte do território libanês. Mas desde 2005, o governo tem sido quase paralisado por causa da disputa pelo poder com o Hezbollah, grupo xiita apoiado pela Síria.