Um dos dois suicidas envolvidos no atentado contra a embaixada do Irã em Beirute na última terça-feira (19), que matou 24 pessoas e feriu 147, foi identificado, informou neste sábado (23) o promotor militar libanês Sakr Sakr.
O suicida foi identificado como Muin Abu Dahr, que, segundo a televisão oficial libanesa "LBC", era um seguidor do chefe salafista (rigorista sunita) Ahmed al Asir, inimigo do regime sírio e de Teerã.
A identificação de Dahr foi possível depois que seu pai o reconhecer em uma foto publicada pelo exército e ter fornecido amostras de sangue para a realização do exame de DNA.
Investigação
O magistrado militar e o procurador-geral interino do Tribunal de Cassação, Samir Hammoud, garantiram que a investigação continuará para identificar o segundo suicida e todo o que estiver relacionado com esse ato terrorista.
O exército libanês publicou ontem uma fotografia de uma pessoa procurada pela Justiça, provavelmente o segundo suicida, que também teria sido identificado hoje como Adnan Moussa, de origem palestina.
Segundo a imprensa local, que dá por certo se tratar do outro suicida, este palestino vivia no campo de refugiados de Ein el- Hilweh e era também partidário do xeque Asir.
O pai de Moussa se apresentou para as autoridades para fazer uma prova de DNA e está sendo interrogado, informou a agência oficial "ANN".
Autores
As Brigadas Abdullah Azzam, vinculadas à Al Qaeda, reivindicaram o duplo atentado e disseram que os suicidas eram libaneses, mas a um princípio se cogitou que poderiam ser estrangeiros que usavam documentos de identidade falsos.
O xeque Asir, suposto mentor dos suicidas, criou um movimento para enviar em junho jihadistas para lutarem junto dos rebeldes sírios em Al Qusair, cidade síria na fronteira com o Líbano.
Desconhecido até o começo do conflito na Síria em março de 2011, Asir, de 45 anos, ficou famoso por seus discursos incendiários contra o grupo xiita libanês Hezbollah e contra o regime sírio de Bashar al Assad.
O xeque permanece em paradeiro desconhecido desde os combates entre seus seguidores e o exército libanês em junho na cidade de Sidon, onde era imã de uma mesquita.