Manifestantes em Sanaa se preparavam para uma longa revolta depois que o presidente Ali Abdullah Saleh não ofereceu um caminho claro para sua saída do poder em seu retorno ao Iêmen.
Depois de três meses na Arábia Saudita recuperando-se de uma tentativa de assassinato, Saleh voltou ao seu país na sexta-feira e em discurso televisionado no domingo pediu eleições e uma "mudança de poder pacífica".
Mas o fracasso dele em prometer renunciar alimentou mais ira na segunda-feira nas ruas de Sanaa, onde protestos têm ocorrido desde janeiro.
"O discurso dele foi para criar o caos", disse Abdullah Magany, professor de biologia do ensino médio, enquanto estava sentado na Praça da Mudança, o acampamento de rua no centro dos protestos. "Precisamos continuar aumentando nossos protestos."
Contudo, o sentimento na praça estava mais contido em comparação ao caos da última semana, quando cerca de 100 pessoas morreram em confrontos entre manifestantes leais ao presidente e contrários ao líder, que está há 33 anos no poder.
O governo vêm combatendo rebeliões no norte e no sul, bem como um braço da Al-Qaeda que busca aproveitar-se do caos. A vizinha Arábia Saudita e seu aliado Estados Unidos vêm ajudando o Iêmen a manter o Al-Qaeda em xeque e temem que um vácuo de poder possa colocar em risco os interesses ocidentais no Golfo e as rotas de exportação de petróleo por meio do Mar Vermelho.
Os manifestantes acusam o presidente e sua família de corrupção e fracasso em lidar com a pobreza e a falta de lei em um país onde uma em cada duas pessoas possui uma arma.
Países ocidentais e do Golfo insistem que Saleh renuncie e assine um plano de transição de poder coordenado pelo Golfo. Diplomatas disseram depois do discurso de domingo que havia pouca evidência de que Saleh deixaria o cargo ou garantias de uma transferência de poder ordenada.
Ao menos 450 pessoas foram mortas desde o início dos protestos em janeiro.
Confrontos entre militares pareciam se propagar além da capital Sanaa nesta segunda-feira, e o Ministério de Defesa relatou a morte de um general, Abdullah al-Klibi, em um ataque a uma base militar fora da cidade realizado por homens tribais pró-oposição.