O Vaticano se recusou a fornecer informações a uma comissão da ONU a respeito das investigações internas sobre abusos sexuais a crianças e adolescentes cometidos pelo clero, alegando que política da Igreja é de manter esses casos sob sigilo.

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Em resposta a duros questionamentos feitos pelo Comitê da ONU para os Direitos da Criança, a Santa Sé disse na terça-feira (3) que não divulgará informações sobre as investigações internas, a não ser que um Estado ou governo solicite formalmente sua cooperação.

A resposta da Santa Sé, que será diretamente questionada pela comissão em janeiro, deve motivar muitas críticas, num momento em que a Igreja tenta deixar para trás os escândalos financeiros e de abusos sexuais que abalaram a reputação da milenar instituição nos últimos anos.

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Em abril, o papa Francisco pediu uma "atuação decisiva" para eliminar os abusos sexuais dos religiosos e garantir que os responsáveis sejam punidos. Três meses depois, assinou um decreto que aumenta a punição a prostituição, violência sexual, pedofilia e posse de pornografia.

Os primeiros casos de sacerdotes que abusaram de crianças e adolescentes foram denunciados primeiro nos Estados Unidos no início dos anos 2000. Em seguida, envolveram as Igrejas de vários países da Europa, sobretudo da Irlanda, onde foram registrados milhares de abusos.

A Igreja da América Latina também conheceu uma série de escândalos. O mais famoso foi o do fundador mexicano do movimento Legionários de Cristo, Marcial Maciel, também culpado de abusos sexuais.

Em maio de 2011, a Congregação para a Doutrina da Fé, encarregada das denúncias, deu o prazo de um ano às conferências episcopais do mundo para a adoção de diretrizes contra a pedofilia, incluindo a colaboração com a Justiça civil.

O promotor designado para os casos de abuso, monsenhor Charles Scicluna, indicou recentemente que, em setembro, pelo menos 75% das conferências episcopais enviaram uma resposta ao Vaticano.

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Freiras sequestradas

O papa Francisco pediu nesta quarta-feira (4) a liberação das 12 freiras que foram sequestradas na segunda por um grupo de homens armados na Síria. As religiosas pertenciam a um convento católico ortodoxo grego da cidade de Maalula, de maioria cristã.

A região passa por conflitos entre as forças do regime do ditador Bashar al-Assad e os grupos Frente al-Nusra e Estado Islâmico do Iraque e do Levante, ambos vinculados à rede terrorista Al Qaeda. As freiras foram levadas a um local desconhecido.

O núncio do Vaticano na Síria, Mario Zenari, disse que a madre superiora conseguiu falar com o Patriarcado da Igreja Ortodoxa Grega e disse que as freiras estavam bem. A entidade ortodoxa não confirmou se houve o contato.

No fim da audiência semanal, realizada todas as quartas na praça de São Pedro, no Vaticano, ele pediu aos 30 mil fiéis presentes que rezem pelas religiosas e todos os sequestrados do mundo. Em seguida, orou uma Ave Maria. "Continuaremos rezando e trabalhando juntos pela paz", disse o pontífice.

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Mais cedo, o patriarca da Igreja Ortodoxa Grega da Antioquia e do Oriente Médio, Yuhana Yazigi, condenou o sequestro e afirmou que as religiosas continuam reféns, apesar da tentativa de contatos com os homens armados que a teriam sequestrado.

A denúncia foi feita na segunda pela agência de notícias estatal síria Sana, que acusa os rebeldes de terem realizado a ação em Maalula. No mesmo dia, a cidade foi controlada pelos grupos radicais islâmicos vinculados à Al Qaeda.