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O impasse em Honduras, agravado com a volta em segredo ao país, no dia 21, do presidente deposto, Manuel Zelaya, começa a dividir os aliados do governo comandado por Roberto Micheletti. Depois de críticas de parlamentares e dos candidatos presidenciais à decretação do estado de sítio no domingo, empresários e até o comandante militar do regime deixaram claro que a solução passa pelo diálogo. O governo Micheletti, por sua vez, voltou a dar sinais de que vai revogar as medidas de exceção

Expondo a divisão no governo de facto, empresários hondurenhos apresentaram na terça-feira (29) um plano para restituir Zelaya ao cargo, com poderes limitados, como prevê o Acordo de San José - proposto pelo presidente costa-riquenho, Oscar Arias. Mas Zelaya teria de responder aos 18 processos que acumula na Justiça. Segundo o empresário Adolfo Facussé, Micheletti retornaria à Câmara dos Deputados como parlamentar vitalício. A proposta foi debatida em uma reunião entre empresários e o embaixador dos Estados Unidos em Tegucigalpa, Hugo Llorens.

O chefe do Estado-Maior Conjunto de Honduras, general Romeo Vásquez Velásquez, disse que as Forças Armadas apoiam o diálogo, mas se negou a dizer se os militares aceitariam Zelaya de volta à presidência. A fórmula empresarial, entretanto, não parece agradar às Forças Armadas, que são hoje o principal pilar do governo de facto. O general afirmou que os militares se mantêm fiéis à Constituição e à sociedade e não foram os articuladores do golpe que derrubou Zelaya. "Se tivesse partido das Forças Armadas, eu seria o chefe de Estado. Mas não sou e estou subordinado aos três poderes."

As apostas recaem no reconhecimento internacional dos resultados das eleições presidenciais de 29 de novembro e do novo governo, que tomará posse em 27 de janeiro. A questão-chave é definir se o processo eleitoral ocorrerá com a presença de Zelaya na presidência ou se poderá ser conduzido pelo governo de facto.

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