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Os impasses entre as nações ricas tornaram-se públicos hoje, no terceiro dia da 15ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-15), em Copenhague. De um lado, a União Europeia condicionava sua presença no acordo que entrará em vigor após o fim do Protocolo de Kyoto, em 2013, à entrada dos Estados Unidos, Japão e de outros países industrializados.

Em resposta, Todd Stern, assessor para assuntos climáticos da Casa Branca, descartou a hipótese de que os termos de Kyoto sirvam de base para um novo protocolo, com a participação dos EUA. Stern admitiu que elementos do atual acordo, como o mercado de carbono, podem ser aceitos. Mas nada além disso. "Se estamos falando em pôr outro nome no Protocolo de Kyoto, não vamos aceitar."

Stern também afirmou que os Estados Unidos não transferirão recursos para a China, o maior emergente. "Não vejo nenhuma chance de recursos públicos dos Estados Unidos irem para a China. Isso não irá acontecer", disse Stern. "Queremos direcionar os nossos dólares públicos para os países mais pobres A China tem uma economia dinâmica, está sentada em uma reserva de US$ 2 bilhões. Não creio que seja a primeira candidata para receber recursos públicos."

Em público, Anders Turesson, negociador-chefe da Suécia, país que preside a UE, não descartou que o bloco abandone o Protocolo de Kyoto em favor de outro acordo climático, ainda inexistente. "O essencial é manter o sistema de Kyoto, sua arquitetura", argumentou.

Minutos depois, na mesma sala, Todd Stern - principal assessor do presidente americano Barack Obama para assuntos climáticos - foi taxativo: "Não vamos fazer parte do Protocolo de Kyoto. Essa proposta não está sobre a mesa".

Stern também demonstrou intransigência sobre a transferência de recursos para nações em desenvolvimento, prevista por Kyoto. Na segunda-feira, o jornal "O Estado de S. Paulo" revelou que a UE lidera o grupo dos países que quer vetar dinheiro para emergentes, como Brasil, China, Índia e África do Sul. Questionado sobre até que ponto os EUA estão dispostos a repassar recursos para os fundos de Adaptação e Mitigação - que financiariam ações de redução de emissões de CO2 em países em desenvolvimento -, Stern afirmou que está disposto a aceitar o financiamento de curto prazo, válido até 2013 e estimado em US$ 10 bilhões. Mas apenas para os países mais pobres. Ele não fez referências a compromissos de médio prazo, até 2020.

Nos bastidores, europeus e latino-americanos dizem não acreditar em um acordo financeiro - a rigor, o mais importante tema de Copenhague. Criador de um mecanismo de financiamento baseado no mercado de carbono, Leif K. Ervik, da Noruega, afirmou: "A chance de um compromisso que inclua recursos públicos por parte de países ricos é zero."

Apreensão

A polícia da Dinamarca apreendeu nesta quarta-feira um arsenal de bombas de tinta, escudos e outros itens que supostamente seriam usados em atos violentas durante a conferência. Ninguém foi preso.

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