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Pressão internacional

Impasse político na Costa do Marfim já causou 200 mortes

Quase 200 pessoas morreram na Costa do Marfim desde a realização das eleições no mês passado, de acordo com os Estados Unidos. O alto número de vítimas aumenta a pressão internacional para que o líder Laurent Gbagbo se afaste do poder.

Potências mundiais e países africanos apóiam o rival de Gbagbo nas eleições, Alassane Ouattara, no impasse que se instalou desde a eleição de 28 de novembro e ameaça deflagrar uma nova guerra civil no país do oeste da África.

"Temos relatos confiáveis de que quase 200 pessoas já morreram, outras dezenas foram torturadas ou maltratadas e outras podem ter sido levadas de suas casas no meio da noite", disse a embaixadora norte-americana Betty E. King ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, nesta quinta-feira (23).

A ONU estimava que o número de mortos chegasse a 50. Os EUA, a ONU, a União Europeia, a União Africana e o bloco do oeste da África Ecowas reconheceram os resultados preliminares da comissão eleitoral indicando a vitória de Ouattara na eleição.

Gbagbo, porém, não deu sinais de ceder à pressão e insiste ter vencido a eleição depois de a Corte Constitucional, liderada por um de seus aliados, ter excluído centenas de milhares de votos oriundos de distritos eleitorais pró-Ouattara.

Os EUA e a União Europeia impuseram sanções de viagem a Gbagbo e a seu círculo mais próximo, e na quarta-feira o Banco Mundial congelou o financiamento ao país, com o qual tem compromissos de ajuda de mais de 800 milhões de dólares.

Ministros do banco central da União Monetária do Oeste Africano deveriam se reunir em Guiné Bissau na quinta-feira a fim de debater o caso da Costa do Marfim, em meio a especulações de que a união também poderá congelar o financiamento à Costa do Marfim - iniciativa que debilitaria a capacidade de Gbagbo de pagar os salários do funcionalismo, incluindo dos soldados.

O jornal marfinense dirigido pelo Estado disse na quinta-feira que a assinatura de Gbagbo ainda era reconhecida pelo Banco Central e que os salários do funcionalismo seriam pagos este mês.

"Desde ontem, os salários dos funcionários e agentes do Estado da Costa do Marfim vêm sendo transferidos para diferentes bancos. Os salários dos funcionários públicos civis não estão ameaçados", disse o ministro das Finanças de Gbagbo, segundo o jornal.

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