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Federação de Jornalistas faz apelo

Bruxelas (EFE) — A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) pediu ontem que os meios de comunicação "evitem as ações que possam provocar tensões", depois da reação suscitada em vários países muçulmanos pela publicação de caricaturas do profeta Maomé. "A IFJ pede aos veículos de todos os lugares que evitem as ações que causem tensões", diz um comunicado da organização. A organização expressou ainda sua preocupação com a demissão do diretor do jornal "France-Soir", Jacques Lefranc, após a reprodução das polêmicas imagens, na quarta-feira. Para a organização, a medida é uma "perigosa demonstração da pressão inaceitável sobre o jornalismo independente".

Dinamarca debate o assunto

Copenhague (EFE/Reuters) — A Dinamarca convocou seus enviados estrangeiros para uma reunião a ser realizada hoje, em Copenhague, sobre a polêmica provocada pela publicação de charges. Segundo o primeiro-ministro, Anders Rasmussen, o assunto já foi além de uma briga entre Copenhague e o mundo muçulmano e agora "a questão está centrada na liberdade de expressão ocidental versus os tabus no Islã". O primeiro-ministro da Suécia, Goeran Persson, criticou Rasmussen por subestimar a importância do fato. "Se estivesse em seu lugar, teria iniciado uma ofensiva diplomática para esclarecer as regras que vigoram na Dinamarca, e que não era a intenção do governo nem da mídia ofender outras religiões", disse Persson.

Diretor de jornal francês é demitido

Paris (Reuters) — O jornal France Soir demitiu seu diretor após a republicação de charges sobre o profeta Maomé. O diário confirmou que o proprietário do veículo, Raymond Lakah, havia demitido o diretor Jacques Lefranc na quarta-feira à noite, depois de um dia tumultuado, em que diários alemães e espanhóis também publicaram as charges, surgidas inicialmente no jornal dinamarquês Jyllands-Posten. Lakah afirmou em um comunicado que Lefranc havia sido demitido "em sinal de respeito às crenças e às convicções íntimas de todos os indivíduos". Na edição de ontem, porém, o jornal defendeu sua decisão de publicar as charges.

BBC decide divulgar as charges

Londres (EFE) — A rede pública de tevê britânica BBC disse ontem que tem divulgado "de forma responsável" e "dentro de um contexto" as charges de Maomé publicadas em jornais europeus, que causaram uma onda de protestos no mundo árabe. A BBC ressaltou que os desenhos foram reproduzidos para que "os telespectadores entendam por que a publicação provocou emoções tão intensas". Um porta-voz do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, lembrou que "é responsabilidade de cada meio de comunicação decidir o que é publicado ou não, sempre que dentro da lei". A tradição islâmica proíbe a representação do profeta Maomé, por temer que isso possa levar à idolatria. No caso atual, a ofensa vai além por associar o profeta ao extremismo.

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