Pessoas acendem velas durante vigília pelas vítimas dos ataques em Mumbai| Foto: Abhishek Madhukar / Reuters

Veja que câmera de celular flagra prisão de suspeito de ataques a Mumbai

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O governo da Índia exigiu nesta terça-feira (2) que o Paquistão entregue 20 de seus homens mais procurados como um gesto de boa fé, enquanto se intensificaram os esforços diplomáticos para tentar acalmar os ânimos entre os dois vizinhos e rivais nucleares por causa dos ataques terroristas na cidade de Mumbai, que deixaram 195 mortos na quarta-feira passada.

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O ministro do Interior da Índia descartou uma ação militar, e seu equivalente paquistanês propôs a realização de uma investigação conjunta para encontrar os militantes responsáveis pelos ataques de três dias.

A Índia renovou a exigência pela entrega de suspeitos procurados há anos em uma nota de protesto entregue ao Alto Comissário do Paquistão, Shahid Malik, em Nova Délhi, na segunda-feira, disse o chanceler indiano Pranab Mukherjee a repórteres.

"Em nossas ações diplomáticas, pedimos a prisão e entrega dessas pessoas, estabelecidas no Paquistão e fugitivos da lei indiana", disse ele, acrescentando que cerca de 20 pessoas estão na lista.

Em entrevista posterior à TV, Mukherjee disse que vai ser difícil levar adiante o processo de paz com o Paquistão, iniciado em 2004, a não ser que Islamabad investigue os ataques.

Autoridades indianas disseram que entre os homens procurados na Índia se encontram Dawood Ibrahim, um líder do submundo de Mumbai, e Maulana Masood Azhar, um clérigo muçulmano paquistanês que fugiu da prisão na Índia trocado por passageiros de um avião sequestrado.

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O chanceler disse que Malik foi informado de que "as ações do Paquistão precisam corresponder aos sentimentos expressos por sua liderança, segundo os quais o país quer ter um melhor relacionamento com a Índia".

O chanceler paquistanês, Shah Mehmood, numa mensagem televisionada, disse que esse não era o momento "para um jogo de culpados, ofensas e apontar dedos". "O Paquistão quer uma boa relação com a Índia."

O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, esteve em Nova Déli para uma visita agendada nesta terça-feira, e a secretária de estado norte-americana, Condoleezza Rice, deve chegar na quarta.

A Índia tem culpado militantes islâmicos sediados no Paquistão pelos ataques na capital financeira do país.

Acredita-se que Ibrahim, o homem mais procurado da Índia, esteja vivendo no Paquistão. Ele é procurado por ataques a bomba em Mumbai em 1993 que mataram pelo menos 250 pessoas.

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Relatos afirmam que seus seguidores na cidade podem ter fornecido ajuda para os ataques da semana passada.

A mais graduada autoridade militar britânica alertou que as tensões entre Índia e Paquistão podem prejudicar a ofensiva de Islamabad contra militantes do Taleban e da al-Qaeda na fronteira com o Afeganistão.

Investigadores indianos disseram que os terroristas de Mumbai receberam meses de treinamento militar no Paquistão do grupo Lashkar-e-Taiba, culpado por um ataque em 2001 contra o parlamento indiano. Acredita-se que Ibrahim tenha sido um de seus financiadores.

Reação dos EUA

Um grupo inteira ou parcialmente baseado no Paquistão pode ter sido responsável pelos ataques, segundo um funcionário graduado do Departamento de Estado dos EUA, que não quis se identificar. Em conversa com jornalistas, ele não citou a fonte da informação.

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Na segunda-feira, a Casa Branca havia dito que as investigações sobre o ataque estão em andamento, mas que nada indica que exista participação do governo do Paquistão.

"Não ouvi nada que diga que o governo do Paquistão esteja envolvido", disse Dana Perino, porta-voz da Casa Branca.

Ela disse que as autoridades paquistanesas se ofereceram para trabalhar com o governo indiano para saber quem está por trás dos ataques.

195 mortos

Após dar fim a aproximadamente 60 horas de terror em Mumbai, a Índia contabilizou 195 mortos e 295 feridos devido aos ataques simultâneos de terroristas em pelo menos sete pontos distintos na cidade, centro financeiro da Índia.

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O primeiro dia de ataque ocorreu na noite de quarta-feira (26). Alguns dos alvos foram dois hotéis de luxo, uma estação ferroviária, um restaurante freqüentado por turistas e um centro judaico.

Após a surpresa nos ataques, os terroristas mantiveram reféns nos hotéis de luxo (Oberoi e Taj Mahal) e no centro de estudos judaicos. O último local liberado por forças de elite indianas foi o hotel Taj Mahal, no sábado.

O novo ministro indiano do Interior, nomeado depois dos atentados, disse nesta segunda-feira (1) que o país vai responder "energicamente" às ameaças.

"Quero assegurar às pessoas, em nome do governo, que vamos responder com determinação e resolução à grave ameaça contra a nação indiana", disse Palaniappan Chidambaram.