A concentração de poluentes como o monóxido de carbono no ar da capital russa atingiu um nível seis vezes mais alto que o normal| Foto: Reuters

O calor intenso e a fumaça ácida quase dobraram o índice de mortes em Moscou, disse uma autoridade municipal nesta segunda-feira (9), enquanto a nuvem de cinzas formada pelo incêndio florestal e a queimada de turfas atrapalhavam a capital russa pela terceira semana.

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Bombeiros combatiam incêndios que cobriam 1.740 quilômetros quadrados. Segundo a empresa estatal de meteorologia, é a pior onda de calor na Rússia em um milênio.

"A média de mortes na cidade em épocas normais é de 360 a 380 pessoas por dia. Hoje, temos cerca de 700", disse Andrei Seltsovsky, chefe do departamento de Saúde, em reunião do governo municipal.

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A pior seca na Rússia em décadas assustou os mercados mundiais de grãos, elevando os preços de trigo na velocidade mais rápida em mais de 30 anos e aumentando o risco de crise de alimentos.

Seltsovsky disse que o choque térmico é a principal causa do recente aumento de mortes. Ligações para ambulâncias em Moscou subiram 25 por cento, para 10 mil por dia, e problemas ligados a doenças cardíacas, asma bronquial e derrames aumentaram.

Autoridades dizem que 52 pessoas morreram nos incêndios que destruíram florestas, campos e diversos vilarejos desde julho.

A Rússia começou a sentir os efeitos econômicos das péssimas condições de tempo. Bancos e empresas estão reduzindo o quadro de funcionários e desacelerando atividades no setor de serviços.

Muitas pessoas usam máscaras cirúrgicas para se proteger da fumaça, mas máscaras são cada vez mais difíceis de ser encontradas e alguns médicos expressaram preocupação com um encobrimento oficial sobre o verdadeiro impacto da fumaça sobre a cidade.

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Seltsovsky disse que as autoridades de Moscou instruíram as clínicas de saúde a permanecerem abertas durante os finais de semana e na manhã desta segunda-feira encomendaram 3,2 milhões de máscaras para distribuição na capital.