A Indonésia confirmou nesta terça-feira que uma quarta pessoa morreu de gripe aviária no país. Já a China notificou um novo foco da doença em uma criação de gansos - centenas de animais morreram.

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O letal vírus H5N1 é originário da Ásia, mas está se espalhando rapidamente para o oeste, na rota das aves migratórias. Há temores de que a África, onde a saúde pública é precária, também possa em breve registrar casos entre aves.

Também nesta terça-feira, a União Européia (UE) proibiu a importação de pássaros domésticos vivos de outros países, medida que visa ao fortalecimento da barreira contra a gripe aviária. Um comitê formado por veterinários da UE apoiou a proposta, informou a comissão.

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"A proibição cobre pássaros vivos cativos que não sejam animais importados por propostas comerciais", afirmou a comissão em um comunicado. "Uma decisão em separado regula o movimento de animais domésticos que acompanham seus donos, que serão submetidos a outras regras".

A decisão foi tomada depois que o vírus da gripe aviária foi encontrado em um papagaio que estava de quarentena na Grã-Bretanha, na semana passada.

Alguns especialistas acreditam que o H5N1 deve sofrer em breve na Ásia uma mutação que lhe permita o contágio entre pessoas - e não só de aves para pessoas, como atualmente. Não há casos entre humanos na Europa por enquanto. Na Ásia, 62 pessoas morreram desde 2003.

Os agricultores asiáticos normalmente vivem em contato com aves e outros animais, o que os torna muito mais propensos ao vírus. Porcos, cavalos e vacas também podem hospedar o vírus, propiciando a temida mutação.

O governo indonésio confirmou na terça-feira que um homem que morreu em setembro tinha a gripe aviária. Ao todo, há sete casos confirmados de pessoas infectadas pela doença no país.

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Entre os três sobreviventes há integrantes de uma mesma família, mas ambos entraram em contato com galinhas mortas, o que diminui a possibilidade de que tenha havido contágio entre humanos, segundo o Ministério da Saúde da Indonésia.

Na China, centenas de gansos morreram na província de Anhui (oeste), segundo a FAO (órgão da ONU para alimentação e agricultura). O ministério chinês da Agricultura informou que 2.100 aves foram infectadas, 550 morreram e 45 mil foram abatidas.

Um funcionário da FAO disse que a região foi isolada e que não há suspeitas de casos entre humanos. O governo chinês afirmou que o surto está controlado.

O H5N1 contaminou humanos pela primeira vez em 1997, em Hong Kong, e surgiu novamente na Coréia do Sul em 2003. Desde então, espalhou-se por grande parte do Leste e Sudeste da Ásia, infectando 121 pessoas e matando mais da metade delas.

Se de fato houver a mutação, deve ocorrer uma pandemia capaz de matar milhões de pessoas e praticamente paralisar v rias economias, uma vez que haverá restrições a viagens e gastos de recursos para tratar dos doentes.

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Muitos países asiáticos não têm recursos para lidar com a ameaça da gripe aviária, e alguns especialistas temem que a Indonésia, o quarto país mais populoso do mundo, não esteja se empenhando em combater o problema, especialmente no que diz respeito ao abate de frangos. O governo diz que sua atuação é correta.

A FAO espera enviar especialistas para toda a ilha de Java, a mais importante da Indonésia, a partir de novembro, com o objetivo de fazerem exames em frangos domésticos, disse um funcionário nesta terça-feira.

No Vietnã, onde a doença já matou 41 pessoas, o governo cogita proibir a criação e comércio de aves vivas em áreas urbanas, além do comércio de um tradicional chouriço feito com sangue cru de patos e gansos.

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