A renomada indústria de vinhos do Chile perdeu 125 milhões de litros de vinho, o equivalente a US$ 250 milhões, no terremoto de magnitude 8.8 que atingiu o país no fim de semana. O desastre provocou danos nas regiões agrícolas de Libertador Bernardo OHiggins e Maule, onde são fabricados 70% dos vinhos do país.
No entanto, o grupo Vinhos do Chile, que representa 95% dos fabricantes chilenos, disse que os milhões de litros perdidos representavam apenas 12,5% da produção de 2009. A maior parte dos produtores está lentamente retomando as atividades normais. "Conseguiremos cumprir nossos compromisso de exportação", afirmou o presidente da associação, René Merino. "Para nós, não foi uma catástrofe."
No início desta semana, a Viña Concha Y Toro, líder na produção de vinhos do país e uma das maiores exportadoras do mundo, informou que o terremoto atingiu o "coração" da indústria de vinhos chilena. Merino explicou que a maioria dos prejuízos, inclusive os da Concha Y Toro, está relacionada a garrafas e barris quebrados. As instalações de processamento não foram severamente afetadas. Merino desmentiu rumores de que as uvas sofreram danos e lembrou que elas provavelmente serão colhidas nas próximas semanas.
Ele esclareceu que o grupo Vinhos do Chile consultou todos os seus membros antes de estimar o prejuízo total da indústria. Grande parte deles tem seguro para suas instalações. Outros grupos de comércio, inclusive a Sociedade Nacional de Agricultura do Chile, informou perdas de mais de US$ 300 milhões.
Prejuízos
A AIR Worldwide, consultoria de riscos em catástrofes, estimou que os prejuízos do terremoto no Chile podem passar de US$ 15 bilhões. "A perda econômica total provavelmente será forte pelos danos não apenas em prédios, mas pelo impacto generalizado sobre infraestrutura, incluindo rodovias, pontes, aeroportos e instalações, além de redes de telecomunicações", afirmou Jayanta Guin, vice-presidente sênior de pesquisa e modelagem da AIR Worldwide.
A perda estimada leva em conta as propriedades que têm seguro contra danos, as perdas pela interrupção nos negócios e o aumento na demanda por serviços e trabalho por causa da catástrofe.