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Tragédia

Réplica de terremoto causa pânico

Moradores de Constitución correm em pânico depois que um novo tremor foi registrado na região: falha da Marinha no sábado deixa população em alerta | Martin Bernetti/AFP
Moradores de Constitución correm em pânico depois que um novo tremor foi registrado na região: falha da Marinha no sábado deixa população em alerta (Foto: Martin Bernetti/AFP)
Veja a situação das zonas afetadas |

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Veja a situação das zonas afetadas

Quatro dias depois do terremoto de 8,8 graus na escala Richter que deixou 802 mortos no Chile, um novo tremor, desta vez de 5,6 graus, levou pânico à capital, Santiago, e a diversas cidades das regiões central e centro-sul do país, onde moradores fugiram para as montanhas, temendo que um novo tsunami varresse as praias e portos, como ocorrera no sábado.

A polícia chilena alertou para a possibilidade de novas ondas gigantes nos balneários de Di­­cha­­to, Constitución e Talca­­huano, mas retirou o alerta logo em se­­guida.

Como o sistema de detecção de maremotos da Marinha chilena falhou no desastre de sábado, muitos sobreviventes ignoraram os pedidos de calma feitos pela polícia e continuaram abrigados nas zonas mais altas, atentos ao movimento da maré.

Centenas de carros que circulavam por Concepción no mo­­mento da réplica mudaram bruscamente de direção, buscando os acessos que levam a parte alta da cidade. Enormes congestionamentos se formaram nas saídas do porto.

Os irmãos Sergio e Claudia González estavam entre a pequena multidão que se aglomerou num morro de aproximadamente 30 metros, a três quadras da praia, em Dichato.

Os dois irmãos moram em Santiago, mas viajaram ao sul do país para procurar por parentes desaparecidos, quando foram surpreendidos pela réplica desta quarta-feira. Sergio, que havia ido a Concepción – capital da Re­­gião de Biobío –, teve dificuldades para voltar a Dichato porque a polícia fechou todos os acessos à cidade.

Ontem, os moradores da re­­gião começaram a receber os primeiros carregamentos de ajuda alimentar enviados pelo governo chileno. Pelo menos 13 mil pessoas puderam levar caixas com leite, peixes, macarrão, açúcar e mo­­lho de tomate.

Militares do Exército acompanharam a distribuição de alimentos e a reabertura de alguns supermercados que haviam sofrido saques nos primeiros dias após o terremoto.

Em Constitución – onde fo­­ram registradas quase metade das mortes – ainda "há muitos cadáveres inchados e mutilados" boi­­ando sobre as águas, disse um mi­­litar que identificou-se apenas como tenente Gutiérrez. O estado de decomposição dificulta e identificação dos corpos, contribuindo para que muitos nomes ainda permaneçam na lista de desaparecidos.

Erro da Marinha

A Marinha do Chile reconheceu ontem ter descartado, nas primeiras horas após o terremoto que atingiu o país no sábado, a existência de risco de tsunami - que acabou ocorrendo e gerou o maior número de mortos e estragos em zonas costeiras.

O comandante Edmundo Gon­­zález admitiu que a corporação foi imprecisa ao informar a autoridades do governo – inclusive à presidente Michelle Bachelet –sobre o perigo de ondas gigantes atingirem o litoral.

O reconhecimento do erro alimentou a crescente onda de críticas à atuação do governo na ca­­tástrofe.

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