Centenas de insurgentes no oeste da Líbia lançaram nesta quinta-feira uma ampla ofensiva contra as tropas do governante Muamar Kadafi, tomando duas pequenas cidades e avançando sobre outras duas para assegurar o controle de uma rota de abastecimento que vem da Tunísia, afirmou o porta-voz dos insurgentes, Mohammed al-Rijali. Quatro insurgentes foram mortos na ação e vários feridos, enquanto os rebeldes afirmam ter capturado 18 soldados leais a Kadafi, bem como armas e munições.
A guerra civil líbia está em impasse, apesar de mudanças na linha do fronte. Os insurgentes têm sido incapazes de obter uma grande vitória no campo de batalha, enquanto Kadafi não consegue esmagar a insurgência. Os rebeldes controlam o leste do país e no oeste a cidade de Misurata e as montanhas Nafusa, na fronteira com a Tunísia. Kadafi controla a capital Tripoli e o resto do país.
Nos combates desta quinta-feira, centenas de insurgentes desceram das montanhas Nafusa na alvorada e avançaram em várias regiões, ao longo de uma faixa de 100 quilômetros, disse Badees Fessato, um porta-voz dos rebeldes. Ele disse que os insurgentes conseguiram fazer as tropas do governo se retirarem das cidades de Jawsh e Ghezaya, que foram tomadas. Os insurgentes teriam avançado até as cidades de Badr e Takut.
Jawsh fica a cerca de 150 quilômetros ao leste da fronteira tunisina e na principal rodovia entre a Tunísia e a capital Tripoli. Ghezaya é próxima à fronteira com a Tunísia.
Um dos objetivos militares dos insurgentes é forçar a retirada das tropas de Kadafi da principal rota de suprimentos dos rebeldes no oeste, entre a Tunísia e as montanhas Nafusa, disse Fessato. Os rebeldes tomaram em abril o controle com a fronteira tunisina, perto da área das montanhas Nafusa, mas as tropas de Kadafi tentaram várias vezes retomar a região.
Em outro evento separado, os insurgentes detiveram para interrogatório o seu principal comandante militar, Abdel Fatah Younes, cuja família é suspeita de manter laços com o regime de Kadafi. Al-Rijali disse que Younes foi retirado do seu escritório em Benghazi e levado para interrogatório.
Younes, que serviu como ministro do Interior de Kadafi mas desertou no começo dos combates, há cinco meses, tem sido questionado sobre sua lealdade e também a respeito de laços secretos que sua família teria com o regime líbio, disseram dois militares insurgentes sob anonimato.
A ofensiva desta quinta-feira ocorre um dia após o governo da Grã-Bretanha reconhecer o Conselho Nacional dos insurgentes, em Benghazi, como legítimo governo da Líbia.