O ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse hoje que nenhum país adotará medidas coercitivas e unilaterais contra a Líbia, a não ser que a decisão seja aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). Em entrevista à imprensa após participar do "Encontro Empresarial Brasil-Uruguai", na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Patriota disse ter conversado por telefone ontem com a Alta Representante da União Europeia para Relações Exteriores, Catherine Ashton, que relatou que qualquer passo ou medida adicional que envolva forças militares contra a Líbia terá de ser discutida no Conselho.

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O chanceler disse ter ficado satisfeito com as informações que coincidem com o ponto de vista brasileiro. "Além disso, qualquer medida terá que ser realizada sob a moldura da carta da ONU, ou seja, não haverá intervenção militar unilateral que seja decida por um país ou um conjunto de países", afirmou.

Patriota disse que o Brasil tem mantido "coordenação estreita" com os membros permanentes e temporários do Conselho de Segurança, além de países da América Latina. Ele lembrou que, nos últimos dias, o Conselho adotou uma resolução "muito ambiciosa" contra a Líbia, que estabeleceu o embargo de armas, congelamento dos bens de Muamar Kadafi e sua família (inclusive no exterior), proibição de viagens para 16 pessoas do governo e submeteu o uso de força militar contra civis à Corte Internacional.

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"Não são medidas suaves, são medidas muito fortes adotadas por consenso pela comunidade internacional. Apenas a implementação dessas medidas já requer uma acompanhamento próximo", ressaltou.

De acordo com o chanceler, deve chegar hoje à Líbia um Alto Representante do Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon, um diplomata da Jordânia, que deverá buscar diálogo com o governo numa tentativa de reduzir o nível de violência no conflito entre as forças leais ao ditador e a oposição. "Nós apoiamos plenamente esses esforços."

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