Animais do zoológico de Tbilisi, na Geórgia, passaram horas passeando pelo centro da capital da ex-república soviética depois que um temporal inundou ruas da cidade neste domingo (14). Pelo menos dez pessoas morreram nas inundações.
Um hipopótamo que passeou pelo centro foi resgatado com a ajuda de dardos tranquilizadores e voluntários que o empurraram pelas ruas da cidade. Também fugiram leões, tigres, ursos e lobos. Os moradores foram orientados a não sair de casa exceto em casos de emergência.
Os animais fugiram do zoológico da cidade, que abrigava 600 bichos e ficou destruído. Os bichos fugiram das jaulas e tocas quando elas eram inundadas pelo coquetel de chuva e ventania, que fez transbordar o rio Vere, que passa pelo centro de Tbilisi.
Culpa dos comunistas
O líder da Igreja Ortodoxa Georgiana, o Patriarca Ilia II, culpou o antigo regime soviético. “Quando os comunistas vieram a este país, ordenaram que todas as cruzes e sinos das igrejas fossem derretidos e o dinheiro fosse usado para construir o zoológico”.
Alguns animais foram recapturados e outros abatidos. Não se sabia quantos ainda estavam à solta. Seis lobos foram encontrados mortos no terreno de um hospital infantil.
Das dez pessoas mortas, três estavam no zoológico – um deles, o cuidador Guliko Chitadze, havia perdido um braço ao ser atacado por um tigre no ano passado. Não há relatos, porém, de que as mortes tenham sido causadas pelos animais.
O pecado não fica sem punição. Fico muito triste ao ver georgianos morrerem porque um zoológico foi construído à expensa de igrejas destruídas.
Outras dez pessoas ainda estavam desaparecidas, segundo o prefeito da cidade. Dezenas de casas foram inundadas. Tbilisi, capital da ex-república soviética, tem cerca de 1,1 milhão de habitantes.
Outras 37 pessoas foram levadas a hospitais com ferimentos, informou o ministro do Interior, Vakhtang Gomelauri, durante uma reunião de emergência. A segunda-feira (15) foi declarada dia de luto nacional.
O prejuízo estimado é de até 18 milhões de dólares (cerca de R$ 56 milhões), de acordo com o Ministério das Finanças, e autoridades do governo estão em contato com doadores internacionais para discutir a ajuda.