Os sindicatos italianos foram de encontro a um prazo final que vencerá nesta quinta-feira (18) para aceitar ou rejeitar um plano de recuperação da falida empresa aérea Alitalia, a mais importante do país. Os nove sindicatos de trabalhadores da empresa pára estatal estão divididos sobre se aceitam ou não o plano, que prevê 3,2 mil demissões. A Alitalia tem atualmente 20 mil funcionários. Nesta quarta, uma greve parcial da empresa aérea levou ao cancelamento de 50 vôos em Roma.
O prazo final de amanhã é o ultimato dado aos sindicatos, em negociações mantidas nos últimos dias.
O grupo de investidores, formado por empresários italianos, se encontrará na manhã de quinta-feira.
Roberto Colaninno, dirigente da fabricante de motocicletas e lambretas Piaggio, que lidera o grupo, alertou que retirará a proposta para comprar a Alitalia a menos que haja aprovação unânime dos sindicatos na quinta-feira, informaram as agências Ansa e Apcom. Ele fez a declaração durante encontro com líderes sindicais e representantes do governo no escritório do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi.
"Os investidores disseram que o tempo gasto para revisar o plano foi mais que suficiente e pedem uma decisão urgente", disse Raffaele Bonanni, sindicalista da CISL, o maior dos sindicatos. Dois sindicatos aceitaram o plano. Berlusconi disse que o governo garantirá o pagamento de 80% dos salários por oito anos aos funcionários que forem demitidos.
Vários prazos limite foram desrespeitados, enquanto a empresa aérea lutava pela sobrevivência, após ter sido declarada falida na justiça no final do mês passado. A falência abriu caminho para o plano de recuperação, que prevê uma injeção de 1 bilhão (US$ 1,4 bilhão) que manterá a empresa operacional enquanto os ajustes forem feitos. Além das 3,2 mil demissões, estão previstas reduções de vôos e rotas.
O administrador da Alitalia falida, Augusto Fantozzi, recentemente alertou que vôos poderão ser suspensos por falta de combustível.
"Se o acordo não for assinado na quinta-feira, a Alitalia falirá", ele disse, acrescentando que a empresa continuará operando apenas "enquanto tiver algum dinheiro em caixa, o que ocorrerá por um tempo muito curto, e então levaremos os livros-caixa aos tribunais", afirmou.
Nesta quinta-feira, uma greve relâmpago de funcionários no Aeroporto Leonardo da Vinci, em Roma, levou ao cancelamento de 50 vôos domésticos e internacionais. As informações são da Associated Press.