O Irã, quarto maior produtor de petróleo do mundo, pode deixar de vender o produto se o programa nuclear do país não for considerado pacífico pelo Conselho de Segurança da ONU, disse o presidente Mahmoud Ahmadinejad em entrevista publicada neste sábado.
O Irã não conseguiu convencer os Estados Unidos e a União Européia de que seu programa nuclear é pacífico, levando o órgão fiscalizador da ONU a recomendar que o governo iraniano seja reportado ao Conselho de Segurança, que poderia impor sanções. Diplomatas acreditam que o anúncio seja feito em novembro.
- Se o caso do Irã for realmente submetido ao Conselho de Segurança, iremos retaliar de várias formas e nos recusar vender petróleo a uma delas - disse Ahmadinejad ao jornal diário dos Emirados Árabes Unidos, o Khaleej Times, publicação em língua inglesa.
O petróleo, cerca de quatro milhões de barris por dia, corresponde a cerca de 80% do lucro do Irã com exportações.
Analistas já haviam previsto que o Irã poderia usar o petróleo, encontrado em abundância no país, para pressionar algumas nações que tivessem intenção de relatar o rograma nuclear ao Conselho de Segurança.
Líderes do governo local já ameaçaram usar as ligações comerciais com outros países como punição aos que votarem a favor da denúncia, afetando grandes transações com a Índia e o Japão.
O conselho, que representa 35 nações integrantes da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla em inglês), se reunirá em novembro para discutir o caso do Irã.
- Sabemos que as intenções (do Ocidente) não são boas. Todas nossas atividades são transparentes e nós já anunciamos muitas vezes que, por causa de nossas visões culturais e religiosas, somos contra a criação e o uso de armas nucleares - disse o presidente iraniano.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”