Irã, Brasil e Turquia assinaram um acordo de troca de combustível nesta segunda-feira com o objetivo de acalmar as preocupações internacionais sobre as ambições atômicas da República Islâmica e evitar uma nova rodada de sanções da Organização das Nações Unidas contra Teerã.
Não estava claro se os termos do acordo, fechados durante negociações entre os líderes dos três países em Teerã, vai satisfazer completamente as potências mundiais, que têm discutido a imposição de novas sanções contra o Irã.
A República Islâmica anunciou que concordou em transferir 1,2 mil quilos de seu urânio de baixo enriquecimento para a Turquia dentro de um mês em troca de urânio mais enriquecido para ser usado num reator de pesquisas médicas.
Não mais de um ano depois, o Irã receberá 120 quilos de urânio enriquecido em 20% sob um acordo envolvendo o órgão de vigilância nuclear da ONU, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), assim como Estados Unidos, França e Rússia.
"O Irã expressou que está pronto para depositar seu urânio de baixo enriquecimento em um mês. Com base no mesmo acordo o Grupo de Viena deve entregar 120 quilos de combustível necessário para o reator de pesquisas de Teerã em menos de um ano", afirma um comunicado conjunto divulgado pelo site da CNN Turca.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã disse que o urânio de baixo enriquecimento do Irã estará sob supervisão da AIEA na Turquia, segundo a estatal Press TV.
O Irã, que diz que seu programa atômico é puramente pacífico e não voltado à fabricação de bombas como suspeita o Ocidente, insistia anteriormente que qualquer troca deveria ocorrer em seu território.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, pediu que as seis potências mundiais que vinham discutindo a imposição de novas sanções da ONU contra o Irã, iniciem novas negociações com seu país.
"Após a assinatura do acordo de troca de combustível nuclear, é hora dos países do 5+1 entrarem em negociações com o Irã baseadas na honestidade, na justiça e no respeito mútuo", disse ele, numa referência aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU -- EUA, Rússia, China, França e Grã-Bretanha -- mais a Alemanha.
A oferta de mediação feita pela Turquia e pelo Brasil, ambos membros não-permanentes do Conselho de Segurança, era vista como última chance de resolver a disputa e evitar uma quarta rodada de sanções ao Irã.
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