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A chancelaria iraniana rejeitou nesta segunda-feira as declarações do presidente eleito dos EUA, Barack Obama, sobre o programa nuclear de Teerã e afirmou ainda que a República Islâmica não espera nenhuma mudança de comportamento de Washington.

Em sua primeira declaração sobre política externa desde que foi eleito, Obama defendeu na sexta-feira um esforço internacional para impedir que o Irã desenvolva armas nucleares, o que segundo ele seria "inaceitável".

Hassan Qashqavi, porta-voz da chancelaria, reiterou a posição oficial de que o programa nuclear do Irã está voltado apenas para a geração de eletricidade, sem fins militares.

"Precisamos mudar as impressões errôneas dos Estados Unidos", disse ele em entrevista coletiva, segundo a versão traduzida para o inglês pela emissora Press TV. "Está muito claro que o Irã não possui armas nucleares."

O Irã diz ter direito legítimo a enriquecer urânio, o que pode servir de combustível para usinas nucleares ou bombas atômicas. A recusa do país em suspender essa atividade já acarretou em três pacotes de sanções da ONU, além de diversas retaliações dos EUA.

Washington rompeu relações diplomáticas com Teerã logo depois da Revolução Islâmica de 1979. Apesar disso, o presidente Mahmoud Ahmadinejad enviou na semana passada uma mensagem de congratulações a Obama pela vitória eleitoral.

Autoridades iranianas dizem que a eleição do democrata indica, por parte da população norte-americana, uma mudança fundamental em relação às políticas do presidente George W. Bush, que incluiu o Irã na lista de inimigos que chamou de "eixo do mal".

Obama diz que pode endurecer as sanções contra o Irã, mas também se mostra disposto a uma negociação.

"Será que esse cavalheiro pode ou não trazer mudanças? Vamos esperar para ver", disse Qashqavi, que no entanto minimizou a possibilidade de contatos diretos imediatamente. "Não devemos esperar mudanças fundamentais, revolucionárias na política norte-americana. Isso é igualmente verdade quando se trata da República Islâmica do Irã."

O porta-voz acrescentou que a União Européia está estudando uma carta enviada pelo diplomata europeu Javier Solana, em nome de seis grandes potências -- EUA, Grã- Bretanha, Rússia, China, França e Alemanha, que negociam o fim do programa nuclear iraniano.

A imprensa iraniana disse nesta segunda-feira que uma proposta apresentada em junho pelas grandes potências -- prometendo o fim de sanções ao país caso o Irã suspenda o enriquecimento de urânio -- deve ser discutida numa reunião entre parlamentares iranianos e funcionários da UE em Bruxelas.

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