O Irã diminuiu sua expansão nuclear e cumpriu algumas exigências para um melhor monitoramento, mas as acusações de que estaria escondendo as pesquisas para desenvolver uma bomba atômica parecem dignas de crédito e Teerã terá de responder sobre elas, afirmou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), da Organização das Nações Unidas (ONU).
O relatório da AIEA servirá de base para as conversações de 2 de setembro, que avaliarão a possibilidade de a ONU impor sanções mais duras contra a república islâmica por conta das atividades de enriquecimento de urânio. O Ocidente teme que elas sejam direcionadas para o desenvolvimento de armas nucleares.
Os novos movimentos iranianos de cooperação com os inspetores da AIEA podem tornar mais difícil para os EUA e seus aliados europeus convencerem a Rússia e a China, grandes parceiros comerciais de Teerã, para que elas concordem com medidas que afetem o setor petrolífero do país.
Um diplomata ocidental, entretanto, disse que o relatório inclui um sumário de uma investigação da AIEA, bloqueada pelo Irã, sobre as supostas dimensões militares do programa nuclear iraniano, e disse que isso pode ser usado para pedir sanções mais duras.
A Grã-Bretanha afirmou que ela e outros países continuam a ter "sérias preocupações" com relação aos programas nucleares do Irã e da Síria.
O relatório da AIEA disse que o Irã estava enriquecendo urânio em cerca de 300 centrífugas a menos do que as quase 5 mil em operação à época do último relatório da AIEA. O documento não disse por que, mas um diplomata afirmou à Reuters mais cedo que uma série de máquinas estava desativada para manutenção ou reparo.
Mas o relatório confidencial, obtido pela Reuters, disse que o Irã aumentou o número de máquinas instaladas - embora nem todas para enriquecimento - em mil, chegando a 8.308.
Isso permitiria que o país retome, caso deseje, uma grande expansão do enriquecimento, superando problemas técnicos, disseram funcionários da ONU que conhecem o relatório.
As autoridades afirmaram que não podem descartar a possibilidade de que a aparente desaceleração nuclear do Irã esteja relacionada ao levante provocado pela acusação de fraude da eleição presidencial que manteve Mahmoud Ahmadinejad no poder em junho.te