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Presidente Barack Obama em encontro com o presidente da China Hu Jintao em Washington |
Presidente Barack Obama em encontro com o presidente da China Hu Jintao em Washington| Foto:

O presidente dos EUA, Barack Obama, vai tentar chegar a um entendimento com a China em seu esforço para que sejam adotadas sanções contra o Irã durante encontro de líderes mundiais em Washington, na segunda-feira, para uma cúpula sem precedentes sobre segurança nuclear.

Obama vai se reunir com o presidente chinês, Hu Jintao, antes de receber as delegações de alto nível de quase 50 países para a abertura da conferência global, na qual o tema será como prevenir o terrorismo nuclear. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também participa do encontro.

Na reunião reservada que terá com Hu, Obama espera consolidar o compromisso da China em ajudar a intensificar a pressão sobre o Irã com relação a seu programa nuclear, depois de Pequim ter concordado em participar de conversações sobre possíveis novas sanções da ONU contra Teerã.

Os dois líderes também vão tentar promover algum progresso nas relações sino-americanas, depois de tensões terem surgido sobre uma série de questões nos últimos meses. Os mercados financeiros vão estar buscando novos sinais de que a China poderá ceder em relação à valorização de sua moeda.

A cúpula em Washington marca o ápice de uma semana frenética de diplomacia nuclear de Obama e acontece um ano depois de ele ter apresentado ao mundo uma visão de um mundo livre de armas atômicas.

Ela acontece pouco depois de Obama ter apresentado uma revisão da doutrina nuclear dos EUA, limitando o uso de armas atômicas, e após a assinatura de um importante tratado pós-Guerra Fria com a Rússia, pelo qual EUA e Rússia se comprometeram a reduzir seus arsenais nucleares em um terço.

Os críticos conservadores de Obama dentro dos EUA dizem que sua estratégia de controle de armas é ingênua e pode comprometer a segurança nacional do país.

Apesar disso, a cúpula de dois dias - a maior assembleia de líderes mundiais promovida nos EUA em seis décadas - será um teste da capacidade de Obama de incentivar ação global em torno de sua agenda nuclear.

Falando na véspera da conferência, Obama disse que espera que a conferência resulte em "progresso enorme" em direção à meta de impedir a circulação de materiais nucleares avulsos no mundo.

"Sabemos que organizações como a Al-Qaeda estão tentando obter uma arma nuclear, uma arma de destruição em massa que não hesitariam em empregar", disse Obama a jornalistas, descrevendo essa como a maior ameaça à segurança nacional.

Um esboço final de comunicado mostra que os líderes vão se comprometer a trabalhar no sentido de garantir a segurança de todos os "materiais nucleares vulneráveis" no prazo de quatro anos e tomarão medidas para reprimir o contrabando nuclear.

PONTO FORA DA AGENDA; MAS PREOCUPA

O Irã e a Coreia do Norte não constam da lista dos países convidados à cúpula nem fazem parte da pauta do encontro. Mas os impasses no setor nuclear que travam com o Ocidente com certeza terão presença importante nas conversas de Obama com Hu e outros líderes como a chanceler alemã Angela Merkel, que vai se reunir reservadamente com o presidente americano na terça-feira, depois do término da cúpula.

Com Obama pressionando para que novas sanções contra o Irã sejam adotadas no prazo de semanas, a China - após meses de adiamento - concordou com relutância em participar da redação de uma resolução da ONU. Mas Obama ainda não dissipou o ceticismo de Pequim por completo.

"Acho que o tempo urge e que uma decisão sobre potenciais sanções precisa ser tomada logo", disse Merkel em Berlim, antes de embarcar para os EUA.

O Irã minimizou a importância da cúpula nos EUA e disse que não se deixará influenciar por quaisquer decisões possam ser tomadas nela.

O Irã afirma que seu programa nuclear é pacífico, mas o Ocidente suspeita que seja uma tentativa disfarçada de desenvolver armas atômicas.

A lista de líderes presentes à cúpula vai incluir desde chefes de Estado de potências nucleares tradicionais como Rússia e França até países que são inimigos e são dotados de armas nucleares, como Índia e Paquistão.

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