O Irã se recusou a permitir que inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU) colocassem câmeras em uma instalação subterrânea, onde o país começará a instalar 3.000 centrífugas para o enriquecimento de urânio em escala industrial, disseram diplomatas na sexta-feira (horário local).
Teerã deve anunciar a instalação da escala industrial de seu enriquecimento de urânio durante as comemorações pelo aniversário da Revolução Islâmica, que vão até o dia 11 de fevereiro. Isso deve elevar as tensões com o Ocidente, que impôs sanções contra o país na ONU.
A recusa iraniana em permitir que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, ligada à ONU) instalasse as câmeras na unidade subterrânea de Natanz, não é ilegal desde que as atividades não tenham começado no local.
``As câmeras têm de estar funcionando antes de o material nuclear ser introduzido nas centrífugas para o enriquecimento'', disse um dos diplomatas, que pediu para não ter seu nome revelado.
A decisão do governo iraniano, que vem depois de o país vetar 38 inspetores dos 200 designados para trabalhar no Irã, contribuirá para aumentar as tensões com as potências ocidentais, que tentam pôr fim ao programa nuclear do país, o qual o Irã afirma ser pacífico.
O Ocidente suspeita que a República Islâmica, que escondeu suas atividades de enriquecimento de urânio da AIEA por 18 anos, esteja tentando construir uma bomba atômica sob a fachada de um programa nuclear civil.
As inspeções da AIEA não encontraram nenhuma evidência de que o Irã esteja construindo uma bomba, mas levantaram algumas questões sobre o programa nuclear do país.
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