O Irã está pronto para um diálogo maior com as potências mundiais sobre seu programa nuclear, mas continuará a defender o direito de desenvolver energia atômica para fins pacíficos, disse o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, na segunda-feira.
Ele também afirmou que Teerã espera "mudanças práticas" do governo Obama e apoia o diálogo com os Estados Unidos baseado no respeito mútuo e na justiça.
"A energia nuclear, se é boa, deve ser para todos. E, se é má, ninguém deveria usar essa tecnologia", disse Ahmadinejad em uma entrevista coletiva em Genebra após comparecer a uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre racismo.
"Estamos prontos para o diálogo", acrescentou ele.
O Irã diz que desenvolve a tecnologia de enriquecimento de urânio como parte dos esforços para gerar energia nuclear - não, como Washington e alguns de seus aliados afirmam, com o objetivo de construir uma bomba atômica.
EUA, Rússia, China, França, Alemanha e Grã-Bretanha disseram este mês que pediriam ao chefe da política externa da União Européia, Javier Solana, para convidar o Irã a uma reunião a fim de encontrar uma solução diplomática à contenda nuclear.
Ahmadinejad afirmou em declarações publicadas na sexta-feira (17) que seu país daria em breve a resposta oficial ao convite.
O Irã está em conflito com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU, que está preocupada com as atividades de Teerã de enriquecimento de urânio. Essa pode ser uma via para fabricar o material físsil para armas nucleares.
"Infelizmente, alguns governos do Ocidente não cumpriram com suas obrigações, mas eles esperam que nós cumpramos obrigações além das estabelecidas pela AIEA", disse Ahmadinejad.