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Irã testou "um míssil de dois estágios provido de dois motores e movido a combustível sólido", descreveu Mostafa Najjar | Fars News / Reuters
Irã testou "um míssil de dois estágios provido de dois motores e movido a combustível sólido", descreveu Mostafa Najjar| Foto: Fars News / Reuters

O Irã testou um novo tipo de míssil durante uma simulação de guerra perto da fronteira com o Iraque, informou a televisão estatal nesta terça-feira (11), depois de Teerã ter avisado aos Estados Unidos que iria responder a qualquer violação do espaço aéreo iraniano.

Imagens de TV mostraram um projétil similar em tamanho ao míssil Shahab-3, de médio alcance, sendo disparado. "Os especialistas do Ministério da Defesa promoveram com êxito o teste de uma nova geração de míssil terra-terra", declarou Mostafa Mohammad Najjar, ministro da Defesa do Irã, citado pela agência de notícias Fars.

"Este é um míssil de dois estágios provido de dois motores e movido a combustível sólido", disse o ministro iraniano. De acordo com Najjar, o nome da nova classe de mísseis é Sajil. No passado, o Irã alegou ter desenvolvido novos sistemas de armas, mas as reivindicações foram recebidas com ceticismo por especialistas no Ocidente. O Shahab-3, cujo alcance seria de 2 mil quilômetros, poderia atingir partes do sul da Europa, mas a maior preocupação é com pontos no Oriente Médio.

A notícia de um teste com míssil no Irã foi usada pelo secretário de imprensa do Pentágono, Geoff Morrel, para reforçar a importância da proposta antimíssil dos Estados Unidos. Hoje, agências internacionais informaram que a Rússia rejeitou uma segunda série de ofertas feitas pelos norte-americanos para o Kremlin apoiar a instalação do escudo antimísseis.

"Nós ainda queremos muito, de verdade, formar uma parceria com a Rússia para combater a crescente ameaça balística do Irã", disse Morrel. "Eles (o Irã) estão determinados a desenvolver uma arma capaz de atingir a Europa, e também a Rússia, por isso seria do nosso mútuo interesse trabalharmos juntos nesse problema", afirmou. O Kremlin não comentou as reportagens.

As Forças Armadas iranianas têm empreendido várias manobras nos últimos meses, devido a especulações de possíveis ataques norte-americanos ou israelenses na República Islâmica por causa de seu polêmico programa nuclear.

Em julho, o Irã testou nove mísseis avançados, incluindo um que poderia atingir Israel e as bases norte-americanas no Oriente Médio. O teste apenas aumentou as tensões entre os países em questão.

O Exército iraniano disse na quarta-feira passada que helicópteros norte-americanos foram vistos sobrevoando áreas próximas à fronteira com o Irã e alertou que qualquer violação será respondida. Analistas consideraram que a declaração foi muito mais direcionada ao presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, do que ao Exército norte-americano no Iraque.

A declaração do dia 5 de novembro aconteceu depois de uma operação das forças dos Estados Unidos na Síria, no mês anterior. A ação foi condenada tanto por Damasco quanto pelo Irã.

Os Estados Unidos e seus aliados ocidentais suspeitam que o programa nuclear iraniano tenha o objetivo de desenvolver uma bomba atômica, acusação que Teerã nega.

Obama, assim como o atual presidente dos EUA George W. Bush, não descarta uma ação militar no Irã, embora tenha criticado o governo atual por não tentar ser mais diplomático em suas relações com o Irã.

O Irã disse que responderá a quaisquer ataques em seu território, ameaçando interesses norte-americanos e um dos principais aliados de Washington, Israel. Teerã também ameaçou fechar o Estreito de Ormuz, rota vital dos suprimentos mundiais de petróleo.

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