A Irmandade Muçulmana continuará suas atividades, apesar da decisão do Governo de declará-los "grupo terrorista", disse nesta quarta-feira à Agência Efe Islam Taufiq, porta-voz do movimento, que denunciou que a medida do Executivo não tem base jurídica.
"A Irmandade Muçulmana continuará existindo porque recebe sua força do povo egípcio", afirmou Taufiq, que lembrou que "no passado outros Governos egípcios proibiram a Irmandade Muçulmana, mas a Irmandade continuou existindo, e eles, desapareceram".
O porta-voz denunciou que a decisão governamental não tem nenhuma base jurídica, já que a Justiça egípcia "não condenou nenhum dos detidos por terrorismo".
Nesta quarta, o Conselho de Ministros do Egito declarou a Irmandade Muçulmana como "grupo e organização terrorista", de acordo com o artigo 86 do Código Penal, que estipula as penas para os que atentam contra o Estado.
Dessa forma, o Egito aplicará as punições estipuladas pela lei antiterrorismo contra aqueles que participarem das atividades do grupo, as financiarem ou fizerem propaganda a seu favor através de qualquer meio.
Além disso, o Executivo acusou diretamente a Irmandade de efetuar o sangrento ataque desta terça contra uma sede das forças de segurança da Al Mansura, no Delta do Nilo, embora o grupo tenha condenado essa ação.
O atentado foi reivindicado nesta quarta-feira pelo jihadista "Ansar Beit al Maqdis" (Seguidores da Casa de Jerusalém, em livre tradução), que costuma operar na Península do Sinai. O grupo detalhou que o atentado foi cometido por um suicida e teve como alvo a Direção de Segurança, "um das fortificações dos infiéis e da tirania".