A segunda etapa das eleições egípcias para a Câmara Baixa começa nesta quarta-feira, e a Irmandade Muçulmana espera repetir o feito da primeira fase das eleições e conquistar a maioria dos votos.
"Esperamos que o povo egípcio continue confiando em nós da mesma forma e que a porcentagem que conseguimos na primeira etapa não seja menor na segunda", disse hoje à Agência Efe Ahmed Subaya, porta-voz do braço político da organização, o Partido Liberdade e Justiça (PLJ).
A legenda teve 36,6% dos votos na votação de 28 de novembro, realizada em parte das províncias do Egito. Nessa segunda fase, o PLJ é o partido que mais apresentou candidatos (148), segundo dados do Centro de Informação do Governo divulgados nesta terça-feira pela agência de notícias estatal "Mena".
Da mesma maneira que na primeira etapa, a segunda fase da votação será realizada em dois turnos, que começam nesta quarta e quinta-feira. Nesse momento, os eleitores escolherão em listas abertas e fechadas.
No segundo turno, marcado para os dias 21 e 22 de dezembro, os egípcios escolherão os candidatos de listas abertas que não conseguiram maioria suficiente.
Na etapa inaugural o pleito ocorreu em nove províncias. Dessa vez, as eleições acontecerão em Guiza, Manufiya, Sharquiya, Ismailiya, Beni Suef, Suez, Al Baheira, Sohag e Assuã. No total, 3.387 candidatos concorrem a 180 cadeiras das 498 que constituem a Assembleia do Povo, a câmara baixa do Parlamento.
Desses candidatos, 2.271 são independentes e integrantes de partidos que disputam em listas abertas 60 vagas, enquanto 1.116 brigam por 120 cadeiras em listas fechadas, reservadas a coligações políticas.
O Al Nour, partido que foi a surpresa da primeira etapa, ao conseguir 24,3% dos votos, também se preparou para a segunda fase. O líder do grupo, Emad Edin Abdel Gafur, disse à Efe que espera que a votação transcorra em boas condições. Abdel Gafur também elogiou o esforço feito pela Junta Militar que governa o país.
Segundo dados oficiais, 114 candidatos do Al Nour concorrem às vagas no Parlamento. Enquanto isso, os partidos liberais lutam para diminuir a supremacia dos islâmicos obtida na primeira fase do pleito, com a criação de uma formação que reúna diversas correntes políticas.
Uma porta-voz do Partido Egípcios Livres, Hagar Omar Saber, explicou que os liberais estão tentando criar uma lista unificada de candidatos. Ele elogiou os resultados da primeira etapa, quando o Bloco Egípcio, coalizão a qual pertence seu partido, conseguiu 13,3% dos votos.
"Pensávamos que teríamos menos votos porque nosso partido foi criado recentemente", destacou Saber, que reconheceu que o bloco terá um momento difícil pela frente a partir de agora, já que a formação é mais forte no Cairo, onde as eleições já foram realizadas.
Apesar disso, Saber afirmou que espera que os 36 candidatos de seu partido que irão concorrer nesta etapa consigam arrancar votos de jovens escolarizados que não se identificam com os grupos islâmicos.
As eleições legislativas no Egito, as primeiras após a derrocada do regime de Hosni Mubarak em fevereiro, serão realizadas em três etapas. A votação para a Assembleia do Povo terminará em 11 de janeiro. Depois disso, serão realizadas as eleições para a Shura, a Câmara Alta, que começam dia 29 de janeiro e acabam em 11 de março.
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